A Procuradoria-Geral da República (PGR) reabriu uma investigação sobre supostos pagamentos da empreiteira OAS ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A informação foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pela reportagem.
O inquérito corre em sigilo e investiga supostos repasses de caixa dois da OAS a Maia, com base na delação premiada de funcionários do setor de contabilidade paralela da empreiteira.
Em setembro do ano passado, o relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, decidiu arquivar trechos da delação premiada do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro que mencionavam o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Humberto Martins, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio Monteiro, e um dos irmãos do presidente do STF, ministro Dias Toffoli.
Os quatro pedidos de arquivamento foram feitos por Raquel Dodge, antes de ela deixar o comando da PGR. Na época, segundo apurou a reportagem, ela alegou ao Supremo que, nesses casos, não havia elementos suficientes para justificar a abertura de uma investigação.
A reabertura do inquérito mais de um ano depois do seu arquivamento causou estranheza no entorno de Maia. Segundo fontes, o deputado não chegou a ser notificado sobre o caso nesta semana. Procurada, a assessoria de Maia não se pronunciou.
Nesta semana, o presidente da Câmara criticou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pela condução da pasta na proteção ao meio ambiente. Salles, por sua vez, chamou Maia de "Nhonho" – posteriormente, justificou que sua conta do Twitter havia sido "indevidamente utilizada".