O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite de quarta-feira (21) que sua decisão de cancelar o protocolo de intenção de compra da vacina chinesa CoronaVac foi motivada por uma questão de "credibilidade" e "confiança". Em entrevista à Rádio Jovem Pan, o presidente citou que a China tem um "descrédito muito grande" por parte da população e que existem outras vacinas mais confiáveis, que, contudo, ainda precisam de uma comprovação científica.
— A da China, lamentavelmente, já existe um descrédito muito grande por parte da população. Até porque, como muitos dizem, este vírus teria nascido lá — disse.
Bolsonaro afirmou que não tomará uma vacina chinesa, independentemente de uma possível determinação sobre sua obrigatoriedade.
— Eu não tomo a vacina. Não interessa se tem uma ordem, seja de quem for, aqui no Brasil para tomar a vacina. Eu não vou tomar a vacina.
Questionado se compraria um imunizante de origem chinesa que tivesse o certificado da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Bolsonaro respondeu:
— Da China, não compraremos. Não acredito que ela transmita segurança para a população pela sua origem. Esse é o pensamento nosso.
O presidente comentou que o Brasil mantém "grande comércio" com a China, mas que em alguns pontos os dois países podem não estar totalmente alinhados. O chefe do Executivo também afirmou que sua relação com o ministro Eduardo Pazuello, da Saúde, segue "sem problema nenhum", mas destacou que o ministro tomou uma decisão precipitada.
— Eu sou militar, o Pazuello também é. Nós sabemos que quando um chefe decide, o subordinado cumpre. Ele, no meu entender, teve certa precipitação em assinar esse protocolo porque uma decisão tão importante eu devia ser informado — disse.
O protocolo de intenções para a aquisição de doses da CoronaVac foi assinado pelo Ministério da Saúde e o Instituto Butantan, do Estado de São Paulo, na terça-feira (20). Na quarta, um dia depois, Bolsonaro falou que não iria comprar o imunizante e mandou cancelar o protocolo.
Bolsonaro garantiu ainda que Pazuello seguirá no cargo de ministro.
— Conversei agora há pouco por "zap" com Pazuello, sem problema nenhum, meu amigo de muito tempo, ele continuará ministro. Ouso dizer que é um dos melhores ministros da Saúde que o Brasil já teve nos últimos anos — declarou.