O ministro da Educação, Milton Ribeiro, divulgou nota neste sábado (26) dizendo que teve uma fala "interpretada de modo descontextualizado" em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada na quinta-feira (24). Na matéria, ele exime o ministério de responsabilidades sobre a volta às aulas no país e atribui a homossexualidade de jovens a "famílias desajustadas".
Na entrevista, o ministro afirmou ainda que deve revisitar o currículo do ensino básico e promover mudanças em relação à educação sexual. Segundo ele, a disciplina é usada muitas vezes para incentivar discussões de gênero.
— E não é normal. A opção que você tem como adulto de ser um homossexual, eu respeito, mas não concordo — afirmou ele, que também disse ter "certas reservas" sobre a presença de professores transgêneros nas salas de aula.
"Jamais pretendi discriminar ou incentivar qualquer forma de discriminação em razão de orientação sexual", escreveu Ribeiro, neste sábado. "Trechos da declaração, retirados de seu contexto e com omissões parciais, passaram a ser reproduzidos nas mídias sociais, agravando interpretação equivocada e modificando o real sentido daquilo que se pretendeu expressar."
O ministro também pediu desculpas a quem se sentiu ofendido. "Por fim, diante de meus valores cristãos, registro minhas sinceras desculpas àqueles que se sentiram ofendidos e afirmo meu respeito a todo cidadão brasileiro, qual seja sua orientação sexual, posição política ou religiosa".
Devido à entrevista, o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, pediu a abertura de um inquérito contra o titular do MEC por homofobia. Durante a semana, parlamentares e especialistas também reagiram às falas de Ribeiro.