Ao anunciar sua saída Ministério da Educação, Abraham Weintraub confirmou que recebeu o convite do presidente Jair Bolsonaro para assumir um cargo no Banco Mundial.
— Sim, dessa vez é verdade. Estou saindo do MEC. Vou começar a transição agora e, nos próximos dias, passo a bastão para quem ficar no meu lugar. No momento eu não quero discutir os motivos da minha saída, mas eu recebi um convite para ser diretor (...) no Banco Mundial — afirmou o ex-ministro.
— Com isso, eu, minha esposa, nossos filhos e nossa cachorrinha Capitu vamos poder ter a segurança que hoje tá me deixando muito preocupado — complementou.
O Brasil tem direito a indicar um dos diretores do banco internacional por liderar um grupo de nove países. Fazem parte desse grupo, além do Brasil, Colômbia, Filipinas, República Dominicana, Haiti, Suriname, Equador, Panamá e Trinidad e Tobago. O cargo de diretor executivo desse grupo está vago, sendo ocupado pela interina Elsa Patriarca Agustin, das Filipinas. Ainda não está claro, porém, se ele será indicado para este cargo ou para outro. Neste momento, o país não tem nenhum diretor eleito na instituição.
— Estou fechando um ciclo e começando outro. É claro que eu sigo apoiando o presidente Bolsonaro, como fiz nos últimos três anos. É um patriota, que defende os mesmos valores que eu sempre acreditei: família, liberdade, honestidade, a franqueza, o patriotismo e tem Deus no coração. Agradeço a honra que foi participar do seu governo, e desejo toda a sorte e sucesso nesse desafio gigante de salvar o Brasil. Eu continuarei lutando pela liberdade, mas vou lutar de outra forma — declarou.
No seu discurso de despedida, Weintraub não citou nenhuma das suas ações a frente do MEC.
O presidente Jair Bolsonaro foi lacônico na despedida de Weintraub. Manifestou confiança no agora ex-ministro e se despediu dele com um abraço.
— O momento é de confiança. Jamais deixarei de lutar pela liberdade — declarou Bolsonaro, logo depois da fala de Weintraub.
Na reunião ministerial de 22 de abril que veio a público em razão do inquérito instaurado após as acusações do ex-ministro da Segurança Sergio Moro, Weintraub afirmou que, por ele, "botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF".
Por causa da declaração, ele passou a ser investigado no inquérito que apura disseminação de fake news e ataques aos ministros da corte.
O economista se reuniu no último domingo (14) com cerca de 15 manifestantes bolsonaristas que furaram o bloqueio na Esplanada dos Ministérios e permaneciam em um espaço em frente ao Ministério da Agricultura. Ainda que tenha evitado voltar a atacar o STF, sua participação no ato teria incomodado o Palácio do Planalto, por incitar mais guerra entre os Poderes. A manifestação ocorreu logo após o ataque ao prédio do STF com fogos de artifício.