O debate sobre a disseminação de fake news não é atual, mas voltou a ganhar força ultimamente — principalmente após a operação da Polícia Federal, que cumpre mandados de busca e apreensão em inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), envolvendo deputados e empresários. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta sexta-feira (29), o deputado federal Felipe Rigoni (PSB-ES), autor do projeto que busca combater a desinformação na rede, falou sobre as estratégias de combate à propagação de notícias falsas.
— A forma mais eficiente de combater as fake news é justamente fornecer mais informação para as pessoas. Trabalhamos com três pilares: transparência, combate a robôs e medidas corretivas, onde pedimos às plataformas que já atuam nesse combate, que sejam transparentes em relação às publicações. (...) Ou seja, tem que notificar os usuários sobre o conteúdo falso — afirma.
Entre os problemas envolvendo notícias falsas, Rigoni define como o maior deles a velocidade com a qual elas se disseminam com o auxílio dos robôs. O projeto trabalha com a obrigatoriedade de identificação de todos os robôs em rede, pois há empresas que trabalham com inteligência artificial, mas não propagam conteúdos falsos. Aqueles que não forem rotulados, poderão ser vedados.
O deputado defende que o conteúdo falso não deve ser retirado da plataforma, mas notificado aos usuários que entrarem em contato com o mesmo. Ou seja, quando houver contato com alguma desinformação, é preciso haver ali a verificação, mostrando que aquele conteúdo é falso, além do direcionamento para a informação correta.
— Vou dar um exemplo: quando o Instagram retirou a publicação do Bolsonaro, a plataforma não foi transparente nas razões, pois não notificou previamente o autor da postagem e não deu possibilidade de recurso. Nós queremos notificar os usuários.
Rigoni ainda afirmou que o projeto tem como fim minimizar os efeitos que a desinformação causa, com medidas corretivas em rede, sem adentrar no lado de organizações criminosas de fake news. No entanto, afirma que, a partir do crescimento e desenvolvimento desse "ecossistema", haverá evolução para estruturação dessas discussões.