O presidente Jair Bolsonaro mostrou, nesta quinta-feira (14), suposta troca de mensagens entre o ex-ministro Sergio Moro e a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) que, segundo ele, coloca “um ponto final” na história sobre eventual tentativa de interferência dele na Polícia Federal (PF). O trecho destacado pelo presidente mostra a deputada tentando fazer Moro desistir da ideia de deixar o cargo. O ministro teria respondido com a frase “Se o PR (presidente da República) anular o decreto de exoneração (do então chefe da PF, Maurício Valeixo), ok”. Segundo o presidente, essa afirmação de Moro mostra que o ex-ministro não levaria adiante as acusações.
— Vamos supor que eu tivesse exonerado o decreto da exoneração do senhor Valeixo. Ele (Moro) dá a entender que cancelaria a coletiva dele, voltaria ao seu trabalho normal e não se falaria mais em interferência. Reparou que acabou a interferência? Isso aqui mata de vez a história de que interferia na Polícia Federal. Mata de vez. Ponto final. Pá de cal em cima desse negócio daí — afirmou o presidente.
Bolsonaro destacou que pediu a autorização da deputada para dar publicidade ao diálogo. A imagem foi publicada no Twitter do presidente horas depois.
Vídeo da reunião ministerial
Bolsonaro também comentou, na transmissão ao vivo, o vídeo da reunião ministerial que faz parte de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Moro, a gravação mostra Bolsonaro tentando interferir na PF. Em tom de deboche, Bolsonaro disse que quem espera por um “vídeo avassalador” vai “cair do cavalo”:
— Aqueles que acreditaram que é um xeque-mate, “agora ele (Bolsonaro) se ferrou”. Vídeo avassalador. Vocês vão cair do cavalo. Literalmente. Primeiro, que eu espero que o vídeo na íntegra não seja liberado. Tem questões de Estado, segurança nacional e coisa pessoal. Se falou em economia. Não é o caso de tratar desse assunto.
O presidente afirmou que costumava gravar esse tipo de reunião, salvar algumas cenas e destruir o resto do arquivo. Ele destacou que poderia ter solicitado a exclusão do vídeo após as acusações de Moro:
— Quando veio à tona que o ex-ministro disse que no vídeo estava bem claro que eu estava interferindo na PF na frente de 20 ministros, eu podia destruir o vídeo, mas falei “não, segura o vídeo”. Até estava pensando em divulgar, tinha falado aqui na portaria do Alvorada que ia divulgar — afirmou.