Em uma conversa com garis na manhã desta quarta-feira (20) em Brasília, Jair Bolsonaro afirmou que o general Eduardo Pazuello, que está atuando como ministro interino da Saúde, ficará por "muito tempo" no comando da pasta. De acordo com o presidente, o general, que não tem formação na área de saúde, vai ser auxiliado por uma “equipe boa” de médicos.
— Ele vai ficar por muito tempo esse que está lá. Ele é um bom gestor e vai ter uma equipe boa de médicos de baixo dele — afirmou.
Mesmo interinamente, Pazuello já nomeou 17 militares de alta patente em cargos de confiança na cúpula da pasta – nove deles apenas na última segunda-feira (18).
Na conversa desta manhã, Bolsonaro perguntou aos garis como estava a situação econômica de seus vizinhos e se eles ainda tinham comida na geladeira.
— A questão do vírus, mais da metade vai pegar. É igual uma chuva, se chover aqui agora vai molhar. Vamos enfrentar. Toma conta do pai de vocês, a minha mãe que está viva, alguém que tiver alguma doença, e toca o barco, toca a vida — disse o presidente.
Militares à frente
A presença de militares no Ministério da Saúde vem aumentando desde que Nelson Teich assumiu o ministério. Pazuello foi nomeado diretamente por Bolsonaro.
Fontes das Forças Armadas ouvidas por a GaúchaZH afirmam que os motivos da nomeação do general são dois: a confiança que Bolsonaro tem em seus colegas militares e a desconfiança do presidente na rotina de uma pasta ambicionada por seus contratos milionários, sobretudo os emergenciais, que proliferaram com a pandemia.
Pazuello seria o homem a vistoriar os contratos, enquanto Teich se entenderia com os médicos. O ministro deixou o cargo e agora o general dá as cartas, até por ter ficado ao lado de Bolsonaro em temas nos quais Teich discordava do presidente — como as medidas de isolamento social e o tratamento com cloroquina.