Após panelaços em protesto contra o presidente da República Jair Bolsonaro em várias capitais do país, o presidente escreveu, no Twitter, que deve lealdade absoluta ao povo brasileiro e que nunca abandonará.
Antes do horário previsto, por volta das 20h desta quarta-feira (18), um panelaço se espalhou por diversos bairros de Porto Alegre contra Bolsonaro. A manifestação havia sido convocada nas redes sociais para as 20h30min, em repúdio à forma como o presidente tem se manifestado e conduzido ações para conter a pandemia de coronavírus no país.
Na Cidade Baixa, uma projeção gigante em um edifício mostrava uma imagem do presidente, pedindo "Fora, Bolsonaro".
O presidente havia convocado uma manifestação a seu favor, também com panelas, para as 21h.
A manifestação foi menos intensa do que a que foi promovida por detratores do mandatário em bairros como Menino Deus, Santana, Bom Fim, Moinhos de Vento, Centro e Azenha. Na região entre o Petrópolis e o Bela Vista, o apoio ao presidente foi mais forte do que em outros bairros onde houve bateção de panelas a favor dele.
Em meio à manifestação pró-Bolsonaro, opositores também se manifestaram.
Protestos no Brasil
Outros Estados também registraram panelaços contra Bolsonaro. Em bairros de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, moradores anteciparam a mobilização, simultaneamente a um pronunciamento do presidente anunciando medidas contra a doença. Em Copacabana, zona sul do Rio, houve gritos de "Acabou" e "Fora", além de algumas reações contrárias, como "Fora petralhas".
Reduto bolsonarista, Águas Claras, no Distrito Federal, também teve panelaço antecipado contra Bolsonaro, assim como prédios na Casa Verde, zona norte de São Paulo, e Bela Vista, na região central.
O presidente, que já se referiu à dimensão da doença como "fantasia", dizendo haver "histeria" da população, tentou reagir nesta quarta-feira, após perder apoio inclusive entre alas conservadoras.
Modulando seu discurso público, passou a reconhecer que a situação é grave, embora não tenha demonstrado arrependimento de ter participado de ato no último domingo (15), contrariando recomendação do Ministério da Saúde.
Ele disse ainda que a bateção de panelas contra ele, já ocorrida na noite de terça (17), parece espontânea, faz parte da democracia e aproveitou para tentar arregimentar apoiadores para outro panelaço na noite desta quarta, às 21h, mas desta vez a favor de seu governo.