Na manhã deste domingo (29), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai recorrer da decisão da Justiça que proibiu a abertura de igrejas e templos religiosos no período de quarentena em razão do coronavírus. Contrariando as orientações de Ministério da Saúde sobre o isolamento, o presidente passeou pelas ruas de Brasília, onde conversou com trabalhadores, tirou selfies e visitou o comércio.
— A gente ia abrir, mas a Justiça derrubou em primeira instância. Vamos recorrer agora — explicou o presidente a uma mulher que defendia a reabertura dos templos durante a caminhada.
A Justiça proibiu, na última sexta-feira (27), que o presidente tome medidas contrárias ao isolamento social e suspendeu a validade dos decretos que classificaram igrejas e templos religiosos como serviços essenciais, o que permitiria o funcionamento dos espaços. A decisão liminar atende pedido feito pelo Ministério Público Federal (MPF). O juiz federal Márcio Santoro Rocha, da 1ª Vara Federal de Duque de Caxias (RJ), determinou que o governo federal e a prefeitura de Duque de Caxias "se abstenham de adotar qualquer estímulo à não observância do isolamento social recomendado pela OMS", sob pena de multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento da decisão.
O giro de Bolsonaro pelas ruas provocou pequenas aglomerações. O presidente foi a uma farmácia e a uma padaria no bairro Sudoeste, em Brasília, depois, ao Hospital das Forças Armadas e ao centro de Ceilândia, uma das regiões administrativas do Distrito Federal.