O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (25) que a lei garante o sigilo dos exames diagnósticos da covid-19. A declaração foi dada após ter sido questionado sobre o fato de o Hospital das Forças Armadas (HFA) ter omitido dois nomes que testaram positivo para o novo coronavírus, numa lista encaminhada ao governo do Distrito Federal (DF).
Equipes do HFA fizeram a coleta das duas análises clínicas realizadas por Bolsonaro, que segundo ele deram negativo para o vírus.
— Você acha que estou escondendo alguma coisa? Tá na lei que esses laudos são segredo. Quer que te mande a lei, eu mando — reagiu Bolsonaro, ao ser perguntado sobre o tema no Palácio da Alvorada.
Na terça (24), a Folha de S.Paulo mostrou que o HFA apresentou ao governo do DF uma lista com infectados identificados pelo hospital, mas sem as identidades de duas pessoas. Por ora, a instituição comunicou às autoridades sanitárias distritais 17 casos de pessoas infectadas com o vírus causador da covid-19, os quais estão sendo monitorados. Segundo o DF, 15 desses pacientes foram identificados, e Bolsonaro não está entre eles. Porém, segundo o governo local, as identidades de outros dois são mantidas em sigilo.
Os dados sobre os doentes foram entregues depois de a Justiça Federal determinar a apresentação da lista para que, com isso, o Distrito Federal pudesse acompanhar a evolução da pandemia no seu âmbito e traçar políticas públicas.
Questionado pela Folha de S.Paulo, o governo do Distrito Federal confirmou que há "alguns" integrantes do governo entre os 15 identificados, mas informou que, seguindo o protocolo da Secretaria de Saúde, a lista não será divulgada.