O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou nesta quinta-feira (13) com papa Francisco no Vaticano. Segundo a assessoria do ex-presidente, a reunião durou cerca de uma hora.
"Encontro com papa Francisco para conversar sobre um mundo mais justo e fraterno", escreveu Lula em rede social.
O Instituto Lula, em sua conta no Twitter, publicou fotos do encontro e citou a intenção de "discutir e pensar soluções para as injustiças e desigualdades no mundo".
O ex-presidente chegou ao Vaticano por volta de 15h30min no horário local a bordo de um automóvel com vidro fumê. A Santa Sé informou que não vai divulgar um comunicado oficial devido ao caráter privado do encontro.
Com a audiência marcada pelo papa Francisco, Lula pediu à Justiça Federal do Distrito Federal para adiar um depoimento que ele iria conceder no âmbito da Operação Zelotes —inicialmente marcado para terça (11). O juiz Ricardo Augusto Soares Leite autorizou, e a audiência foi remarcada para dia 19. Lula retorna ao Brasil no sábado (15).
O encontro foi intermediado pelo recém-eleito presidente da Argentina, Alberto Fernández. No final de janeiro, os dois se encontraram e conversaram por quase uma hora.
Redução da fome
Na quarta (12), interlocutores do PT consultados pela reportagem afirmaram que Lula iria propor conversas relacionadas a temas como a redução da fome e da desigualdade. Havia a expectativa que, no encontro, também tratassem das condenações de Lula, de lawfare (termo que indica a ocorrência de disputas políticas travadas por meio do Judiciário) e da Amazônia.
O bioma tem sido pauta recorrente dentro da Igreja Católica e foi tema central do Sínodo da Amazônia, realizado em outubro passado. O Sínodo da Amazônia (tipo deste evento que trata de uma região específica) foi anunciado em 2017 por Francisco. A reunião serve como ferramenta para ele consultar e observar debates sobre um tema a fim de elaborar diretrizes ao clero.
Em abril passado, poucos dias antes de completar um ano encarcerado na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, Lula escreveu uma carta ao papa Francisco na qual afirmava estar "lutando por sua inocência". "Estou preso porque os poderosos querem destruir toda a rede de proteção e cuidado que construímos para os excluídos", escreveu Lula no dia 5 de abril de 2019, terminando seu texto com "gostaria de contar com seu apoio e amizade, reze por mim".
Cerca de um mês depois, Francisco respondeu à carta do ex-presidente. Nela, citou um discurso que fez no primeiro dia daquele ano, no qual afirmou que a política deve ser ferramenta para "criar condições de um futuro digno e justo".