Desde a noite de terça-feira (18), policiais militares (PMs) fazem motim contra a proposta de reestruturação salarial feita pelo governo de Camilo Santana, no Ceará. No dia seguinte, o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) foi atingido por dois tiros quando tentava entrar no quartel dirigindo uma retroescavadeira. Ele está estável e internado na enfermaria do Hospital do Coração de Sobral e deve ser transferido ainda nesta quinta-feira (20) para Fortaleza.
A retroescavadeira usada por Cid ainda estava em frente ao quartel na manhã desta quinta-feira, quando seria feita uma perícia no veículo, alvejado por tiros e também por pedras.
Em 2017, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmaram a proibição das paralisações de servidores que atuam na segurança pública. A regra serve para agentes das polícias Civil, Militar, Federal, Rodoviária Federal, Ferroviária Federal e do Corpo de Bombeiros, além de funcionários das áreas administrativas.
Entenda, abaixo, o motim e as reivindicações dos PMs:
O que querem os PMs?
Pedem que o governo refaça a proposta de reestruturação salarial enviada na terça-feira (18) para a Assembleia. O projeto de lei prevê aumento de salário para os soldados da PM e para bombeiros de R$ 3.475 para R$ 4,5 mil, com reajuste parcelado em três vezes até 2022. Os PMs demandam que o pagamento seja feito em apenas uma parcela e que seja apresentado um plano de carreira para a categoria
Quando o motim começou?
Na tarde de terça. Desde a madrugada de quarta (19), pessoas encapuzadas passaram a invadir quartéis. Em um deles, em Fortaleza, 10 viaturas foram levadas. Em outro, carros e motos tiveram os pneus esvaziados. Três policiais militares foram presos e 261 estão sendo investigados por participação nos atos
PMs podem fazer greve?
Não. Greve é proibida para agentes das polícias Civil, Militar, Federal, Rodoviária Federal, Ferroviária Federal e Corpo de Bombeiros
Qual o cenário político no Estado atualmente?
O principal pré-candidato da oposição à prefeitura de Fortaleza na eleição de 2020 é o deputado federal Capitão Wagner (Pros), ex-integrante da PM e que, entre 2011 e 2012, liderou greve dos policiais militares quando Cid Gomes era o governador.
Hoje, a prefeitura da capital é comandada pelo PDT de Ciro e Cid Gomes, com Roberto Cláudio, mas ele está em segundo mandato. Ainda não há um nome de consenso entre os governistas para a disputa. O governo é comandado por Camilo Santana (PT), aliado de Ciro e Cid Gomes.