Às 16h41min desta quinta-feira (13), Jair Bolsonaro comunicou, pelo Twitter, a reforma ministerial que vinha sendo anunciada pela imprensa desde o dia anterior. O presidente demitiu Osmar Terra do Ministério da Cidadania, transferindo Onyx Lorenzoni para a pasta. Já o antigo cargo de Onyx à frente da Casa Civil foi passado para o chefe do Estado-Maior do Exército, general Walter Braga Netto.
Aguardadas com expectativa nos gabinetes de Brasília ao longo dos últimos dias, as mudanças ocorrem após as denúncias de suspeitas envolvendo o Ministério da Cidadania. A pasta contratou uma empresa suspeita de ter sido usada para desvio de R$ 50 milhões no extinto Ministério do Trabalho mesmo depois de alertas de órgãos de controle.
Interlocutores palacianos também avaliam que Terra não apresentou nenhuma marca importante em seu primeiro ano. A fila do Bolsa Família, por exemplo, chegou a 1 milhão depois de maio, quando estava zerada. Terra retornará a sua cadeira na Câmara dos Deputados, ocupada atualmente por Darcísio Perondi (MDB-RS), seu suplente.
Um dos primeiros políticos a apoiar abertamente Bolsonaro, Onyx mantém-se no primeiro escalão em um ministério de robusto orçamento após ter assistido ao esvaziamento da Casa Civil. Em junho do ano passado, o ministro perdeu a articulação política para o secretário-geral de Governo, general Luiz Eduardo Ramos. No final do último mês, teve o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) transferido para o ministro da Economia, Paulo Guedes.
A crise no entorno de Onyx teve início após a demissão de seu número dois, José Vicente Santini, pelo uso de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) em viagem à Índia e à Suíça. Bolsonaro classificou a atitude como "inadmissível" e disse que o assessor deveria ter usado um voo comercial, assim como outros ministros.
Em vídeo publicado no Twitter, Onyx afirmou que "não importa o número da camiseta".
"O time Bolsonaro é humilde, é unido e é forte. E aqui não importa o número da camiseta. O presidente me entrega hoje uma nova missão que vou cumprir com o mesmo zelo, com a mesma dedicação e com o mesmo empenho, para melhorar e transformar a vida dos brasileiros e das brasileiras", afirmou o agora ministro da Cidadania.
O novo ministro da Casa Civil, Braga Netto, foi escolhido para organizar a estrutura interna do governo. O general ganhou notoriedade nacional em 2018, ao ser nomeado interventor federal no Rio de Janeiro pelo ex-presidente Michel Temer. Por 10 meses, controlou todas as forças de segurança fluminenses, incluindo as polícias Civil e Militar, em meio à eclosão da violência urbana na cidade. Passou por momentos tensos, como a morte da vereadora Marielle Franco.