O chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, se manifestou nesta quinta-feira (23) sobre a possibilidade de o Ministério de Segurança Pública ser recriado. Em seis postagens no Twitter, ele defende que se confie nas decisões do presidente Jair Bolsonaro sob pena de devolver "o Brasil à esquerda, em 2023".
"Ou vocês confiam no capitão Jair Bolsonaro, que teve visão e coragem para, sem recursos, enfrentar o sistema e nos dar esperança de mudar, ou continuarão atacando-o e devolverão o Brasil à esquerda, em 2023. A Argentina está aí para provar que estou certo.", escreveu.
O presidente admitiu, em reunião com secretários de Segurança Pública, na quarta-feira (22), que poderá recriar o ministério — extinto por ele no início de 2019. Atualmente, ações dessa área são coordenadas por Sergio Moro. Em uma eventual recriação da pasta, Moro coordenaria apenas o Ministério da Justiça e perderia a sua principal bandeira até aqui: a queda nas taxas de homicídios, tendência iniciada ainda na gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB).
"A proposta de recriar o Ministério da Segurança Pública não é do presidente Jair Bolsonaro, e sim da maioria dos secretários de Segurança Estaduais, que estiveram em Brasília, nesse 22 de janeiro. Em nenhum momento, o presidente disse apoiar tal iniciativa", disse Heleno.
"O que alguns não entendem é que o presidente é o CAPITĀO DO TIME, ele escalou seus 22 ministros. As decisões são tomadas, ouvindo os ministros, mas cabe a ele, como comandante, dar a palavra final, mesmo que isso contrarie alguns dos seus assessores ou eleitores", afirmou. "O mesmo já aconteceu quando o Congresso passou o COAF da Justiça para o Banco Central. Os mesmos que, hoje, mentem ser de interesse do Presidente recriar a Segurança, acusaram o mesmo de enfraquecer Moro no caso COAF."
Uma pesquisa do Datafolha divulgada no começo do mês aponta que Moro é a personalidade em quem os brasileiros mais confiam entre 12 figuras públicas, incluindo Bolsonaro. A medida de enfraquecer o poder do ministro pode acabar sendo mal vista por eleitores.