O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (28) que o secretário-executivo da Casa Civil, Vicente Santini, será destituído do cargo após usar um jato da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajar à Índia.
— Inadmissível o que aconteceu. Já está destituído da função de executivo do (ministro) Onyx (Lorenzoni). Destituído por mim. Vou conversar com Onyx para decidir quais outras medidas podem ser tomadas contra ele. É inadmissível o que aconteceu, ponto final — afirmou o presidente ao chegar ao Palácio da Alvorada após viagem à Índia.
Bolsonaro ficou irritado com o fato de Santini ter usado um jato da FAB com apenas três passageiros para voar de Davos, onde participava do Fórum Econômico Mundial, para Nova Déli, para acompanhar a viagem presidencial.
A informação foi divulgada pelo jornal O Globo. Segundo o jornal, Santini seguiu de Davos, na Suíça, para a Índia num voo da FAB com apenas mais duas assessoras. O secretário estava representando o titular da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que está em férias.
Ao dizer que Santini deixará o posto que ocupa atualmente, o presidente não excluiu a possibilidade de ele ocupar outras funções no governo.
— O cargo de executivo da Casa Civil já está perdido. Outras coisas virão depois de eu conversar com Onyx — disse. —Isso é decisão minha. Aguardo Onyx, não posso também desprestigiar o ministro, né? Vou ver os argumentos dele. Daí ver se teremos mais alguma medida suplementar disso aí — afirmou.
Bolsonaro disse ainda que o uso da aeronave não é "ilegal", mas "imoral". A assessoria de imprensa da Casa Civil informou que "a solicitação (do avião) seguiu os critérios definidos na legislação vigente".
— O que ele fez não é ilegal, mas é completamente imoral. Ministros antigos foram de avião comercial, classe econômica.(...) A explicação que chegou no primeiro momento, de que "ele teve de participar de reunião de ministros por isso". Essa não, essa desculpa não vale.