Diretor da Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia, Bruno Funchal projetou, em entrevista a GaúchaZH, que o Rio Grande do Sul vai aderir, ainda em 2020, ao regime de recuperação fiscal (RRF) da União. A perspectiva positiva de Funchal se deve ao fato de que, segundo ele, o governo gaúcho está encaminhando reformas de pessoal e de previdência que dão base para assinatura do acordo.
— É de interesse, sim, do governo federal, e está evoluindo no Tesouro Nacional. Não foi deixada de lado ainda essa alternativa para o RS. Cada medida aprovada na Assembleia ajuda para mostrar que ao longo dos anos (de adesão) o Estado tenha maior chance de ficar solvente. Acredito que, sim, se resolve em 2020. Acredito que está na direção correta e em 2020 a gente tem que ter uma solução para o caso do RS. Independentemente de diálogo, as ações estão sendo tomadas pelo governo do Estado e você tem uma série de requerimentos do regime que estão sendo endereçados. Os requisitos estão sendo cumpridos — disse Funchal.
O Estado busca a adesão ao RRF desde 2017, ainda sob o governo de José Ivo Sartori (MDB). Se assinado, o acordo permitirá que o Estado volte a contrair empréstimos. Além disso, ficaria suspenso por até seis anos o pagamento da dívida gaúcha com a União. Atualmente, o pagamento não está sendo feito graças a uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal.
Com circulação na cúpula do ministério de Paulo Guedes, Funchal diz que, politicamente, o governo federal tem interesse em dar celeridade à assinatura do acordo.
— No que depender do governo federal, há interesse total em dar celeridade, sim. Até porque as ações do governo Leite têm sido totalmente na direção que o governo acredita que é correta — disse Funchal.
Funchal chegou a ser convidado pelo então governador eleito Eduardo Leite para assumir a Secretaria Estadual da Fazenda. À época, contudo, o economista afirmou que seguiria para a área acadêmica e recusou tanto o convite de Leite, quanto o de Wilson Witzel, governador do Rio. Dias depois, acabou aceitando o convite para integrar o governo de Jair Bolsonaro.