O corpo de Ibsen Pinheiro foi cremado no final da tarde deste sábado (25) no crematório Angelus, em Porto Alegre. O velório do político, que morreu na noite de sexta-feira, ocorreu no salão Júlio de Castilhos da Assembleia Legislativa e encerrou por volta de 16h. Amigos, políticos, familiares e dirigentes do Internacional promoveram homenagens e compartilharam lembranças.
Ibsen tinha 84 anos e enfrentava um tipo de câncer na medula, descoberto em dezembro. Ele estava internado no hospital Dom Vicente Scherer desde quarta-feira e sofreu três paradas cardiorrespiratórias.
Representando o ex-presidente Michel Temer e a direção nacional do MDB, partido no qual Ibsen foi filiado por toda a sua vida política, o ex-ministro chefe da Secretaria de Governo Carlos Marun afirmou que o ex-deputado sofreu uma "injustiça" quando teve o seu mandato cassado, em 1994. Na ocasião, Ibsen era um dos nomes mais influentes da política nacional, cotado inclusive para concorrer à presidência da República. A ação criminal foi arquivada por falta de provas no ano seguinte.
— Ele nos deixa um grito de alerta em relação à injustiça que sofreu no momento mais rico da sua vida política, quando sinalizava a possibilidade de chegar à presidência e foi retirado dessa trajetória (...). Vai-se o homem, fica a saudade e o exemplo, no caso de Ibsen, de que o direito de defesa deve ser valorizado — afirmou Marun.
O ex-governador e ex-senador Pedro Simon também lembrou o episódio.
— Ibsen sofreu. Foi um impacto duro, mas ele resistiu e se defendeu — salientou.
A trajetória dele no Internacional foi lembrada por Fernando Carvalho, ex-presidente do clube.
— Ibsen é daquelas pessoas que não podiam morrer (...). Eu aprendi a ser colorado na década de 1960 e 1970 vendo o Ibsen defender o Internacional e criando o grupo "Os Mandarins", que até hoje me identifico com as teses e teorias — contou.
Ibsen Pinheiro começou no Inter em 1969, quando assumiu pela primeira vez a vice-presidência do clube. Ele foi um dos expoentes de um grupo de dirigentes chamado de "Mandarins", que comandou o clube no início de uma época de conquistas que culminou com os títulos do Campeonato Brasileiro em 1975, 1976 e 1979.