Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o vice-presidente Hamilton Mourão fez um balanço, nesta segunda-feira (23), do primeiro ano do governo Bolsonaro. Entre uma série de pautas, reformas e polêmicas, Mourão comentou um dos assuntos que tem ganhado repercussão nesta reta final de 2019: a suspeita de corrupção envolvendo o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro.
Para Mourão, "não resta dúvida de que é uma situação desagradável" a de Flávio, apontado pelos promotores como chefe de uma organização criminosa, suspeita de prática conhecida como "rachadinha" no período em que Flávio foi deputado estadual no Rio de Janeiro. O vice-presidente, no entanto, enfatizou o rito do inquérito:
— Temos que aguardar o final desse processo, porque ainda está na fase de investigação, para depois o MP oferecer a denúncia, ou seja, que se prossiga o processo legal — disse o vice-presidente — Eu sempre digo que a lei tem que valer para todos.
Sobre uso das redes sociais pela família Bolsonaro — e nisso inclui Flávio, que as usou recentemente para negar irregularidades nas quais é investigado —, Mourão admitiu que têm "papel preponderante" desde antes da posse.
— A redes sociais tiveram um papel preponderante na eleição do presidente ano passado, isso é inegável. É uma nova forma de fazer política. Sempre se colocou que seria a democracia direta, e não existe mais direta que as redes sociais. Ele tem uma equipe que auxilia isso daí, eu vejo como algo normal —opina.
Para o que der e vier
Indagado sobre a possibilidade de ser vice de Bolsonaro em 2022, Mourão foi enfático sobre continuar sendo o braço direito do capitão reformado e minimizou uma eventual preferência de Bolsonaro por outro nome.
— O presidente sabe que eu estou à disposição dele para o que der e vier, caso ele deseje concorrer à reeleição, continuar a caminhar juntos, trabalhando de forma discreta para que o governo atinja seus objetivos.