Em reunião com deputados da base aliada nesta terça-feira (3), no Palácio Piratini, o governador Eduardo Leite conversou sobre eventuais modificações no pacote de projetos que tramita na Assembleia. Apesar de não mencionar alterações específicas, Leite deixou claro aos aliados que há possibilidade de mudança nos textos protocolados no Legislativo.
O encontro foi chamado às 16h e começou perto das 19h, depois da sessão plenária da Assembleia. A portas fechadas, o governador e o chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, reuniram líderes de bancada e outros deputados considerados bons articuladores no plenário. A entrada de assessores não foi permitida.
Aos parlamentares, o governador reforçou a necessidade de aprovação dos projetos e disse que, apesar da pressão do funcionalismo, não há intenção de recuar. No entanto, mencionou que o governo está aberto a sugestões de mudança, sem indicar pontos específicos.
— (O governador) Não citou nada específico concordando que se modifique, embora todas as bancadas já se manifestaram no sentido do que pensam e no que poderão vir a colocar como sugestão em plenário — disse Elton Weber, líder do PSB, na saída da reunião.
Depois da conversa, o chefe da Casa Civil, o líder do governo na Assembleia, Frederico Antunes (PP), o líder do Novo, Fábio Ostermann, e o líder do MDB, Fábio Branco, permaneceram no Piratini.
— Foi uma reunião de alinhamento, mas aproveitei para reforçar que votaremos (bancada do Novo) contra o PLC 509 (que trata da aposentadoria de policiais e agentes penitenciários) se mantiver a paridade e integralidade da aposentadoria de servidores da Segurança — disse Ostermann.
Na saída, Antunes reiterou que o governo está aberto a sugestões de mudanças nos textos e que, nos próximos dias, os projetos receberão “ajustes para selar a aprovação”:
— O governo está disposto a receber ideias dos parlamentares que façam adequações nos projetos, mas que não vão contra aquilo que o Estado precisa.
Entre os oito projetos que integram o pacote, a proposta que muda o plano de carreira do magistério é o que tem sofrido mais resistências da base aliada. As principais alterações sugeridas por deputados aliados para viabilizar a aprovação do projeto são uma distância maior entre os cinco níveis em que os professores serão enquadrados e uma regra de transição para a incorporação de gratificações e eventuais vantagens.