A greve do magistério no Rio Grande do Sul completa 15 dias nesta segunda-feira e por enquanto não há expectativa de ser encerrada. De acordo com a Secretaria Estadual da Educação (Seduc), das 2,5 mil escolas da rede, 410 estão sem aulas. O Cpers/Sindicato, entidade que representa os professores, aponta que o número é ainda maior, chegando a 770 estabelecimentos.
Enquanto o impasse entre governo e a categoria não é resolvido, milhares de alunos aguardam em casa o desfecho nas negociações para poder encerrar o ano letivo. O calendário da Secretaria Estadual de Educação indica que aulas deveriam terminar no dia 19 de dezembro. No entanto, mesmo que a greve fosse encerrada agora, seriam necessários compensar os 15 dias parados. Isso faria com que as aulas se estendessem até o começo de janeiro.
Segundo a Seduc, por lei, as escolas devem cumprir 200 dias letivos e 800 horas/aula. Quando a paralisação for encerrada, a pasta deverá encaminhar uma orientação às direções das escolas. Uma das possibilidade é realizar aulas também aos sábados para poder compensar os dias perdidos.
Os professores protestam contra o pacote do governo enviado ao parlamento que altera o plano de carreira do magistério. Entre outras reivindicações, o Cpers quer a aplicação do piso do magistério dentro do atual plano de carreira nacional, cujo maior salário é de R$ 7.673,22. No texto protocolado na Assembleia, o maior salário básico seria de R$ 3.887,30. A ideia é aumentar esse valor, mas também aumentar a progressividade. Ou seja: para chegar até o valor máximo, será preciso ganhar mais promoções ao longo da carreira.
Presidente do Cpers/Sindicato, Helenir Schürer reforça que a greve não tem data para terminar e que a volta às aulas está condicionada à revisão do projeto enviado à Assembleia.
— Agora, se o governador decidir cortar o ponto, não haverá recuperação das aulas. Não iremos trabalhar de graça. Eduardo Leite vai ter que encontrar um jeito para este problema que ele mesmo criou — pontuou Helenir.