Dezenas de professores e funcionários da rede pública do Estado se reuniram, na manhã desta segunda-feira (30), em Porto Alegre, para promover um pedágio solidário e protestar contra os projetos protocolados pelo governador Eduardo Leite e o corte no ponto dos servidores em greve. Divididos em grupos, os servidores representam os dois núcleos do Cpers na Capital. Segundo o sindicato, ações semelhantes estão ocorrendo em outros municípios gaúchos.
O protesto, que teve início às 8h, ocorre em dois pontos da Avenida Ipiranga, no bairro Praia de Belas, ambos nas proximidades da Avenida Erico Verissimo, onde há distribuição de panfletos e pedidos de doação de alimentos e dinheiro. Com bandeiras, cartazes e adesivos, manifestantes exibem uma faixa com os dizeres: "Leite inimigo da escola pública. Seja solidário com as educadoras. Retira o pacote".
No final da manhã, em um dos pontos de coleta, o grupo havia recebido cerca de 60kg de alimentos não perecíveis – como café, farinha, massa e feijão.
— Vamos distribuir para os colegas em situação mais difícil. Eu tive R$ 800 de desconto no meu contracheque, mas tem colegas funcionários que receberam apenas R$ 100. É uma situação terrível, fazer greve é um direito constitucional — afirma Sílvio Alexandre, 47 anos, professor de História da Escola Estadual América, em Porto Alegre.
Secretária no Núcleo de Educação Estadual de Jovens e Adultos (Neeja) Menino Deus, Inês Marques, 56 anos, também teve o ponto cortado por estar em greve:
— Tenho colegas que pagam aluguel e não têm dinheiro sequer para comprar comida. Não tem o que fazer a não ser pedir. Muitos vão ir no banco hoje, pedir a antecipação salarial, mas ele não vai ter o que receber, pois está com o salário descontado. A situação é dramática.
No dia 2 de janeiro, o grupo fará um novo pedágio solidário na Esquina Democrática, em Porto Alegre, a partir das 13h.