Os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (AM), líder do MDB, e o ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União (TCU), receberam intimação para depor no inquérito que apura se a JBS fez doações de R$ 40 milhões na campanha eleitoral de 2014.
Em ação autorizada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal (PF) também cumpre nesta terça-feira (5) mandados de busca e apreensão e medidas de sequestro de bens em investigação contra integrantes do Congresso. Os detalhes da operação não foram divulgados, pois a investigação tramita em sigilo.
No inquérito sobre o caso, também são investigados os senadores Jader Barbalho (MDB-PA) e Dário Berger (MDB-SC), o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), os ex-senadores Eunício Oliveira (MDB-CE) e Valdir Raupp (MDB-RO) e o ex-ministro Guido Mantega.
"A respeito de notícia que veicula suposta 'operação' tendo como um dos 'alvos' o ministro do TCU, a defesa esclarece que não houve, como se chegou a mencionar, mandados de busca ou apreensão. Houve, isto sim, uma solicitação para depoimento, o que não configura nenhuma medida extravagante ou derivada do que alguns setores costumam chamar de 'operação', apenas para impressionar a opinião pública. O ministro é o maior interessado em esclarecer os fatos e, portanto, atenderá a solicitação do depoimento, colaborando com a justiça, como sempre tem feito", diz a nota da defesa de Vital do Rêgo.
A assessoria de Renan Calheiros disse que, às 7h32min desta terça, ele recebeu um delegado da Polícia Federal em sua residência para entregar intimação de depoimento e que "o senador afirmou que está à disposição e que é o maior interessado no esclarecimento dos fatos", diz a nota de Renan.
Os advogados de Eduardo Braga divulgaram nota afirmando que ele recebeu nesta manhã uma solicitação do delegado Bernardo Amaral para prestar esclarecimentos no mesmo inquérito.
"O senador sempre se colocou à disposição para colaborar com qualquer investigação. A cobertura midiática de hoje, talvez por sensacionalismo, talvez por desinformação, menciona fato que simplesmente não existiu, na medida em que nenhuma medida de busca e apreensão foi realizada na residência ou em qualquer outro endereço do senador Eduardo Braga", diz a nota.
Mais tarde, Braga foi ao Palácio do Planalto, onde concedeu uma entrevista.
— Eu recebi um agendamento de oitiva. E, como sempre, presto todos os esclarecimentos e apoio toda e qualquer operação. Agora, o que não é justo é "fake news", dizer que imóveis e gabinete tenham sofrido busca e apreensão. Eu não sofri busca e apreensão — disse.
O senador afirmou ainda que marcará uma data para esclarecer a questão e ressaltou que não tem "nenhuma relação com nenhuma consultoria de nenhuma ordem ou natureza".