No quarto dia de greve dos professores da rede estadual de ensino, o secretário da Educação, Faisal Karam, destacou, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, que as ações do governo devem continuar independente da situação "pontual" da categoria. O secretário assina na manhã nesta quinta-feira (21), no Palácio Pirati, um acordo que prevê a unificação do calendário escolar entre as redes municipais e estaduais a partir de 2020.
— Devemos continuar planejando ações, mesmo que elas sofram interferência do movimento de paralisação. Não podemos ficar esperando que as coisas aconteçam de acordo com o ritmo de uma categoria ou de outra — afirmou.
Para Faisal, a paralisação dos professores, — que começou na segunda-feira (21), liderado pelo Cpers —, é legítimo, um "direito dos professores". O secretário enfatizou, contudo, que, independente da greve, o calendário escolar deve contemplar 200 dias e, no mínimo, 800 horas em sala de aula.
Os detalhes da proposta do governo para a unificação do calendário ocorrerá às 10h, no salão Alberto Pasqualini, com a presença do governador Eduardo Leite. O acordo, parceria entre a Secretaria da Educação, a União dos Dirigentes Municipais de Educação do RS (Undime) e a Federação das Associações de Municípios do Estado (Famurs), deve prever ainda a unificação dos calendários de matrículas entre redes estaduais, municipais e particulares para 2021.
A greve dos professores ocorre por tempo indeterminado. A categoria protesta contra as mudanças do pacote encaminhado pelo governador à Assembleia Legislativa. Os projetos modificam carreiras, extinguem benefícios e aumentam a alíquota previdenciária de parte do funcionalismo.