O presidente Jair Bolsonaro se reúne, nesta terça-feira (27), com um grupo de governadores para discutir ações de combate às queimadas na região amazônica. O encontro com os representantes da chamada Amazônia Legal — composta por Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins — ocorre a partir das 10h, no Palácio do Planalto.
Os nove Estados solicitaram adesão ao decreto que institui a operação de Garantia de Lei e Ordem (GLO), por meio do qual os militares federais podem prender autores de incêndios criminosos ou de desmatamentos, além de atuarem no combate às chamas.
Na segunda-feira (26), o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, afirmou, após reunião ministerial com Bolsonaro, que a situação não é "simples", mas que o governo agiu rapidamente e que houve uma redução dos focos de incêndio na região.
— É difícil? É, mas nós estamos em cima. Não está fora de controle — disse Azevedo.
O desmatamento na Amazônia em julho deste ano teve crescimento de 278% em relação ao mesmo mês do ano passado, conforme dados do sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O instituto governamental também aponta que agosto já registra mais focos de queimadas do que a média dos últimos 21 anos.
A Nasa, agência espacial americana, afirmou que seus dados sobre a Amazônia estão consistentes com o aumento abrupto que o Inpe vem reportando nas últimas semanas. O instituto de pesquisa Imazon publicou, em 16 de agosto, um relatório no qual revela que o desmatamento da Amazônia Legal cresceu 66% no mês de julho deste ano em relação ao mesmo período de 2018.
O aumento de queimadas e do desmatamento na Amazônia, em 2019, geraram protestos ao redor do mundo e críticas de líderes mundiais à gestão ambiental no governo Bolsonaro. O embate criou uma tensão diplomática e receio de sanções comerciais da comunidade internacional.