O presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai conceder indulto a policiais presos "injustamente" no país. A declaração foi feita na noite desta quinta-feira (29), durante a transmissão ao vivo que faz semanalmente em seu perfil no Facebook.
— No fim do ano, espera, tá? Aqueles indultos, eu vou escolher alguns colegas policiais que estão presos injustamente pelo Brasil. Presos por pressão da mídia. Presos por pressão da mídia. Até o fim do ano, vai ter policial nesse indulto aqui. Espero que o pessoal me abasteça para a gente analisar quem estiver em condição, para a gente colocar na rua. Esses, sim, botar na rua.
O chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, que estava com Bolsonaro durante a transmissão, endossou a fala do presidente. Ele lembrou o caso de Suzane von Richthofen, condenada por matar os pais. Em maio deste ano, Suzane recebeu o benefício no Dia das Mães.
— Um país que uma moça, uma jovem, mata o pai e a mãe, tem direito a saidinha no Dia dos Pais e no Dia das Mães, realmente tem que parar para pensar, tem alguma coisa errada — afirmou Augusto Heleno.
Contradição
No fim de novembro de 2018, quando havia recém sido eleito, ele criticou duramente o ex-presidente Michel Temer por ter editado um decreto que beneficiava presos por corrupção com a saída temporária.
O texto de indulto de Natal do ex-presidente concedia perdão a presos condenados a determinados crimes não violentos — após críticas, Temer desistiu da ideia às vésperas do fim do mandato.
Sobre a medida de Temer, Bolsonaro afirmou, em postagem no Twitter, que aquele indulto seria o último.
"Fui escolhido presidente do Brasil para atender aos anseios do povo brasileiro. Pegar pesado na questão da violência e criminalidade foi um dos nossos principais compromissos de campanha. Garanto a vocês, se houver indulto para criminosos neste ano, certamente será o último", disse na ocasião.
Em declaração posterior, Bolsonaro disse:
"Já que o indulto é um decreto presidencial, a minha caneta continuará com a mesma quantidade de tinta até o final do mandato em 2022. Sem indulto".
Apesar dessas declarações, em janeiro, o governo Bolsonaro afirmou que estava preparando um indulto "humanitário" a presos com doenças graves.