O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, em passagem por Porto Alegre, afirmou, nesta sexta-feira (5), que as opiniões do presidente Jair Bolsonaro sobre as regras de aposentadoria "não são impositivas". O presidente vem atuando publicamente para suavizar as novas regras de aposentadoria para os policiais no âmbito da reforma da previdência.
— O presidente tem sido pró-ativo e nos apoiado muito. Teve a coragem de apresentar o projeto (da reforma). Agora, o presidente tem as suas opiniões, não significa que sejam opiniões impositivas. Ele tem sugestões, recomendações, que são acatadas, respeitadas, mas vivemos no processo democrático, tem o parlamento também — disse Marinho.
O secretário especial de Previdência e Trabalho também afirmou que Bolsonaro tem direito de falar sobre o assunto como qualquer outro cidadão:
— Qualquer cidadão brasileiro, inclusive o presidente da República, tem o direito de externar o seu pensamento em relação ao tema, como o presidente o fez, a exemplo das corporações, dos segmentos mais variados — disse Marinho, por volta do meio-dia, após reuniões com integrantes da diretoria da Fiergs, em Porto Alegre.
A Comissão Especial da Câmara aprovou o texto-base da reforma da Previdência, nessa quinta-feira (4), sem levar em conta os pedidos de Bolsonaro para alívio aos policiais. Com 36 votos favoráveis, incluindo parlamentares do PSL, e 13 contrários, o texto-base da reforma foi aprovado na comissão, contrariando as articulações do presidente.
Nesta sexta (5), Bolsonaro afirmou que existem "equívocos e mal-entendidos" na reforma e que acredita que o plenário da Câmara vai alterar o texto.
— Às vezes exageram com uma coisa ou outra e com a sensibilidade que existe no Parlamento isso será corrigido. Não acabou a reforma da Previdência. Mais que isso, depois da Câmara terá o Senado — disse ele.
Um dia antes, Bolsonaro chegou a dizer que o governo havia errado e pediu ajuda dos parlamentares:
— Eu apelo aos senhores, nessa questão especifica, vamos atender, que seja em parte, porque os policias militares são mais do que os nossos aliados, são aqueles que dão as suas vidas para nós brasileiros — havia pedido Bolsonaro na manhã dessa quinta (4).
Contagem de votos
O texto da reforma segue agora para votação em plenário. Em entrevista à Rádio Gaúcha, na manhã desta sexta-feira (5), Marinho afirmou que o governo conta com 330 a 340 votos para aprovar o texto na Câmara dos Deputados. O governo precisa de 308 votos para aprovar a medida.
No texto aprovado ontem, foram mantidas as idades mínimas de 65 anos para homens e 62 para mulheres, com regras específicas para professores.