O deputado federal Marcelo Ramos (PR-AM), à frente da comissão especial criada para analisar a reforma da Previdência na Câmara, afirmou nesta quinta-feira (4) que o presidente Jair Bolsonaro atuou de forma pessoal para favorecer os policiais na proposta — o que não foi cedido pelo colegiado. Segundo o parlamentar, a ação "foi uma das coisas que atrasou bastante a discussão", que deve ser retomada ainda na manhã desta quinta.
— Houve um empenho pessoal do presidente Jair Bolsonaro para que a comissão cedesse a pressões dos policiais, mas acabou que o relator (deputado Samuel Moreira) foi muito firme, entendeu que nós não poderíamos abrir uma porta por onde entrariam policiais e poderiam entrar muitas outras categorias — afirmou Ramos em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade.
Para o deputado, Bolsonaro demonstrou "tradição com corporações", o que segundo ele, foi alvo de críticas do ministro da Economia, Paulo Guedes, na apresentação do primeiro relatório do deputado Samuel Moreira.
— O presidente deveria ter sido mais cuidadoso na preservação da proposta original (...) Mas ele tem legitimidade para fazer o que bem entende — avaliou Ramos.