A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou em nota, nesta quinta-feira (25), que os celulares de 25 procuradores foram alvos de ataques hackers em todo o país, além da própria procuradora-geral, Raquel Dodge.
No caso dela, os hackers não conseguiram capturar dados, segundo apuração interna realizada pela Secretaria de Tecnologia de Informação e Comunicação com apoio da Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise.
No dos demais procuradores, menos da metade dos celulares foram efetivamente comprometidos, afirmou o órgão.
Foram hackeados os celulares de outras autoridades, como o ministro da Justiça e Segurança Sergio Moro, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) João Otávio Noronha, os presidentes da Câmara e do Senado e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os ataques, que miravam o aplicativo de mensagens Telegram, foram identificados no início de maio, ainda segundo a PGR.
A nota da PGR não relaciona os ataques ao material divulgado pelo site The Intercept Brasil, que iniciou a série de reportagens com mensagens trocadas por procuradores da Lava-Jato e Moro em 9 de junho.
Na terça (23), quatro suspeitos de terem hackeado autoridades, como Moro e o procurador Deltan Dallagnol, foram presos pela Polícia Federal em cidades do Estado de São Paulo.
Um dos presos, Walter Delgatti Neto, 30 anos, natural de Araraquara (SP), disse à PF em depoimento que passou as mensagens ao Intercept de forma anônima e sem cobrar. A polícia investiga a versão do suspeito.
Sobre os ataques identificados em aparelhos dos procuradores, a PGR informou que adotou providências como a troca de linhas telefônicas e a utilização de uma ferramenta própria de mensagens, chamada de eSpace.