Na última terça-feira (23), quatro pessoas foram presas sob suspeita de hackear telefones de autoridades — entre elas, o ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. Foram cumpridas ao total sete ordens judiciais, sete de busca e apreensão e quatro de detenção temporária, em São Paulo, Araraquara (SP) e Ribeirão Preto (SP).
Danilo Cristiano Marques, Suelen Priscila de Oliveira, Walter Delgatti Neto e Gustavo Henrique Elias Santos já foram transferidos para Brasília. O grupo teria cometido — conforme a decisão proferida pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira — delitos classificados como organização criminosa, invasão de dispositivo informático e interceptação de comunicação telefônica, de informática ou telemática.
A operação que resultou na prisão dos indivíduos foi batizada de Spoofing pela Polícia Federal (PF). O termo, de acordo com o órgão, denomina "um tipo de falsificação tecnológica que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é".
Inicialmente, o inquérito foi aberto para apurar um ataque do dia 4 de junho, que teve como alvo o aparelho celular de Moro. O hacker teria utilizado seu celular e trocado mensagens no Telegram por cerca de uma hora.
Atualmente, as investigações se debruçam também sobre invasões nos eletrônicos do juiz federal Abel Gomes, do juiz federal no Rio de Janeiro Flávio Lucas, e dos delegados da PF em São Paulo Rafael Fernandes e Flávio Reis. O celular do coordenador geral da Lava-Jato Deltan Dallagnol também foi alvo do grupo.
Além das autoridades, a Polícia Federal estima que cerca de mil números foram alvo da ação dos suspeitos, que, de acordo com investigadores, atuariam em fraudes bancárias e de cartões de crédito.