O presidente Jair Bolsonaro rebateu nesta segunda-feira (15) as críticas recebidas pela possível indicação do filho Eduardo à embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Segundo o presidente, isso significaria que a escolha seria acertada.
— Se está sendo tão criticado, é sinal de que é a pessoa adequada — afirmou Bolsonaro, em sessão solene no plenário da Câmara dos Deputados em homenagem ao aniversário do Comando de Operações Especiais do Exército Brasileiro.
Na última quinta (11), o presidente anunciou a intenção de indicar Eduardo, deputado federal, ao posto. Segundo ele, o filho fala inglês com fluência, tem boa relação com a família do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e "daria conta do recado perfeitamente".
O caminho até a embaixada
Entre os requisitos para ocupar a vaga, o indicado à embaixada do Brasil nos EUA precisa ter 35 anos completos — idade que Eduardo atingiu um dia antes de Jair Bolsonaro anunciar que cogita o nome de seu filho para o cargo.Depois, a indicação precisa ser publicada no Diário Oficial da União. Então, o Senado envia o nome para a Comissão de Relações Exteriores — Eduardo é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Ele passará por sabatina e, depois, a votação é secreta.
Como a tramitação na comissão não tem caráter definitivo, mesmo que o nome não seja aprovado, a indicação será analisada pelo plenário do Senado, onde, em votação também secreta, o nome precisa conquistar maioria simples de votos.
Não é obrigatório que o nome indicado seja de carreira diplomática — ou seja, não é necessário realizar o concurso para a vaga nem ter formação e aperfeiçoamento por meio do Instituto Rio Branco. O cargo é considerado de natureza política e, pela legislação, o presidente tem liberdade para escolher seus embaixadores.
A vaga de embaixador está aberta desde abril. O último nome a ocupar a cadeira foi Sergio Amaral, indicado por Michel Temer e depois destituído do posto.