O presidente Jair Bolsonaro quebrou o silêncio e minimizou o vazamento de mensagens do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, nas quais ele troca colaborações com o procurador Deltan Dallagnol, da Lava-Jato.
— O que ele fez não tem preço. Ele realmente botou para fora, mostrou as vísceras do poder, a promiscuidade do poder no tocante à corrupção — afirmou.
— A Petrobras quase quebrou, fundos de pensão quebraram, o próprio BNDES, eu falei há pouco aqui. Nessa época, R$ 400 bilhões e pouco entregues para companheiros comunistas e amigos do rei aqui dentro — completou.
Ao fim de um evento no Palácio do Planalto, na manhã desta quinta-feira (13), Bolsonaro disse que Moro "faz parte da história do Brasil" e afirmou que as provas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso pela Lava-Jato, não foram forjadas.
Ele ainda questionou a veracidade da troca de mensagens publicada pelo site The Intercept Brasil no último domingo (9). E disse que, se suas conversas privadas vieram a público ele também será criticado.
— Se vazar o meu aqui tem muita brincadeira que eu faço com colegas ali que vão me chamar de novo de tudo aquilo que me chamavam durante a campanha. Houve uma quebra criminosa, uma invasão criminosa, se é que (...) está sendo vazado é verdadeiro ou não — disse o presidente.
Ao ser questionado sobre se considerava normal que um juiz e um procurador conversem sobre uma investigação em curso, devolveu a pergunta sobre se o normal é "conversar com doleiros".
— Normal é conversa com doleiro, com bandidos, com corruptos, isso é normal? Nós estamos unidos do lado de cá para derrotar isso daí. Ninguém forjou provas nesta questão do Lula — disse.
Bolsonaro ainda comentou sobre ter ido ao estádio Mané Garrincha na quarta (12) ao lado de Moro, onde assistiram a uma rodada do Campeonato Brasileiro entre Flamengo e CSA.
— Olha só, ontem foi o dia dos namorados. Em vez de eu chegar em casa e dar um presente para a minha esposa, eu dei um beijo nela. Não é muito melhor? Eu dei um beijo hétero no nosso querido Sergio Moro. Dois beijos héteros — afirmou.
Bolsonaro ainda se comparou com o presidente Emílio Garrastazu Médici ao contar que foi aplaudido.
— Fomos aplaudidos, coisa que só acontecia lá trás quando o Médici ia ao Maracanã —afirmou.
Esta é a primeira manifestação do presidente sobre Moro a respeito do vazamento de mensagens trocadas por ele com o procurador Deltan Dallagnol, no domingo (9).