O ministro da Educação Abraham Weintraub utilizou chocolates para explicar os cortes de 30% no orçamento repassado a universidades federais do país. Ao lado de Bolsonaro, durante uma transmissão ao vivo no Facebook na noite desta quinta-feira (9), o titular da pasta espalhou as barras na mesa e comparou com a situação atual do país:
Em relação ao bloqueio, que vem preocupando reitores de instituições em todo o país, Weintraub colocou, segundo ele, cem barras de doces sobre a mesa para defender as medidas:
— Imagina o seguinte: a gente tem mais ou menos cem chocolates. Imagina uma universidade federal, uma normal. Geralmente, elas têm de orçamento R$ 1 bilhão, algumas mais, outras menos. Esse dinheiro vem do seu bolso — explica.
O ministro cita apenas "três" ou "três e meio" chocolates, o que corresponde a 3% ou 3,5% dos doces apresentados na mesa. Os cortes, anunciados pelo próprio MEC, são de 30% para o orçamento deste ano. Em nota, o ministério afirma que o bloqueio de verbas atinge apenas 3,4% do orçamento total das universidades.
Weintraub separa os chocolates e diz:
— Esses três, três e meio chocolatinhos, a gente não tá cortando. Deixa para comer depois de setembro. É só isso que a gente está pedindo — afirma.
Weintraub disse também que o bloqueio ocorre porque a lei "manda contingenciar".
— E ficam espalhando que a gente está fechando tudo. Pode deixar que as universidades estão preservadas, não existe esse terror todo. Nós não cortamos, apenas deixamos de lado para poder consumir mais tarde — complementa Bolsonaro.
Conforme o ministro, os cortes ocorrem em diversos ministérios. Ele destaca que não serão feitas demissões nem cortes nas verbas para estudantes que precisam de auxílio para se manter.
— Nesse momento que ta todo mundo segurando, apertando o cinto, nós não estamos mandando ninguém embora. Se fosse numa empresa, às vezes tem que mandar gente embora. Todo mundo está recebendo em dia. Ajudas de refeitório e moradias de alunos também estão reservadas — diz o ministro.
Bolsonaro também falou sobre decreto que flexibiliza armamento
O presidente também falou sobre o decreto que flexibiliza regras de posse e porte de arma para atiradores desportivos, caçadores e colecionadores, além de outras categorias.
— Fomos no limite da lei. E não ouvi críticas de quem entende de armamento — afirma.
A declaração ocorre após a manifestação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que afirmou que o documento pode ser derrubado por inconstitucionalidades.
Bolsonaro afirmou também que a medida "demorou um pouco" porque "não é fácil fazer justiça de forma muito rápida", argumentando que precisou conversar com diversos setores para avaliar quais mudanças faria.