Convocado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro em mensagem distribuída via WhatsApp, o ato em apoio ao governo programado para este domingo tem uma liderança difusa no Estado. Diferente de outras manifestações, desta vez grupos como MBL e Vem Pra Rua, que simpatizaram com a candidatura do capitão reformado durante a eleição do ano passado, se afastaram da organização. A previsão é de que apoiadores do presidente saiam às ruas em 183 cidades do país.
A mobilização está prevista para começar às 15h deste domingo (26), com concentração no Parque Moinhos de Vento, na Capital. À frente da manifestação está a Banda Loka Liberal, coletivo político-musical que embalou os protestos contra o PT e pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff em 2015 e 2016. Na página do grupo no Facebook, pelo menos 973 pessoas confirmaram presença.
- É mais um ato na sequência daqueles que o movimento liberal-conservador fez nos últimos anos. Vamos defender o pacote anticrime do ministro (Sergio) Moro, a Lava-Jato e a nova previdência - afirma um dos organizadores, o advogado Cristiano Huber.
O PSL, partido de Bolsonaro, não apoia formalmente a iniciativa. O próprio presidente disse que não vai participar do atos e os ministros mantêm distância de qualquer envolvimento mais direto. O presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, chegou a dizer que não via "sentido" nas manifestações e a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann, classificou como "tiro no pé". Os principais parlamentares da legenda no Estado, contudo, estarão presentes e pretendem discursar nos carros de som.
- Eu estarei lá. Vai ser importante - disse o secretário-geral do diretório, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ruy Irigaray.
A participação ganhou força após uma mudança providencial na pauta. No começo, os atos tinham como motivação os pedidos de impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e Dias Toffoli e até pelo fechamento do Congresso.
A agenda, considerada antidemocrática, afastou empresários e políticos vinculados a Bolsonaro. A reprovação inicial levou os organizadores a mudarem o sentido do protesto. Se antes era contra o chamado establishment, passou a ser a favor de medidas do governo, como a reforma da Previdência e o pacote do ministro da Justiça, Sergio Moro.
- Seria antagônico ao que a gente pensa (defender fechamento do Congresso). Faz parte do movimento pregar a defesa da democracia - afirma Huber.