O governador Eduardo Leite reconheceu, nesta quarta-feira (10), que deverá aplicar parte dos recursos da eventual venda de estatais no custeio da máquina pública. Segundo ele, uma fração do dinheiro será usado para pagar salários, fornecedores, municípios e hospitais.
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o governador explicou que a intenção do Piratini é dividir os recursos das possíveis privatizações em duas frentes: de um lado, o pagamento de despesas e dívidas do Estado, e do outro, a criação de um fundo garantidor para impulsionar investimentos em parceria com a iniciativa privada.
— A prioridade é viabilizar o máximo de investimento para o Estado (...) Um Estado que tem desequilíbrio como o Rio Grande do Sul não pode simplesmente dizer aos fornecedores e servidores: "Esqueçam, nós vamos pegar esse dinheiro e colocar integralmente em investimentos no Estado” — disse.
Durante a campanha eleitoral, Leite afirmou que os recursos provenientes de privatizações não seriam utilizados para o custeio da máquina pública. Questionado sobre se houve mudança nos planos, o governador justificou que o pagamento das despesas precisa ser articulado à realização de reformas e a um "plano de recuperação" para "estancar o crescimento do custeio da máquina".
— Não, não mudou nada (desde a campanha). A crítica que eu sempre fiz na campanha é que não adianta pagar os compromissos e esses compromissos continuarem aumentando porque o Estado não faz as reformas.
Leite ainda fez uma crítica ao governo do antecessor, José Ivo Sartori (MDB):
— No governo anterior, havia venda de ações sem ter um plano de recuperação do Estado. As duas coisas precisam estar articuladas — afirmou.
O Piratini tenta aprovar na Assembleia Legislativa a retirada da necessidade de plebiscito para privatizar a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e a Sulgás. A proposta já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A intenção do governo estadual é de que o projeto seja votado ainda neste mês.
Leite projeta concluir a privatização das três empresas até o final de 2020. No entanto, o governador afirma que ainda não estão definidos os percentuais de quanto será usado para pagar despesas e quanto será destinado para viabilizar investimentos.
— O processo de privatização leva tempo para ser estruturado. Nós estimamos em um ano e meio depois de aprovadas (as propostas).