O presidente Jair Bolsonaro ameaçou demitir a direção da Fundação Nacional do Índio (Funai) em encontro com indígenas de diversas etnias, na noite desta quarta-feira (17). A declaração ocorreu após relatos feitos pelo grupo de que habitantes de áreas demarcadas encontram dificuldades para exercer a agricultura e a mineração.
Sem indicar a quem as mensagens eram endereçadas, sobraram críticas para organizações não-governamentais (ONGs) internacionais que atuam próximas a aldeias e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), devido à aplicação de multas ambientais após identificação de plantações irregulares e garimpos ilegais.
— Assim como o povo brasileiro vai dizer o que eu vou fazer como presidente, o povo indígena é quem diz o que a Funai vai fazer. Se não for assim, corto toda a diretoria da Funai. Botamos gente como vocês lá dentro para não atrapalhar quem quer o progresso.
Neste ano, a Funai deixou de ser subordinada ao Ministério da Justiça e passou para a responsabilidade do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. A demarcação de terras passou para o Ministério da Agricultura. A reunião ocorreu em um dos corredores do Palácio do Planalto e foi transmitida ao vivo pelas redes sociais do presidente e teve a participação do presidente da entidade, general Franklimberg Ribeiro de Freitas.
Bolsonaro ainda prometeu que irá se empenhar junto ao Congresso para alterar leis que permitam a exploração das terras indígenas, para que os índios possam extrair renda a partir das áreas demarcadas ou ganhar participação de negócios em casos de exploração de terceiros.
— Tem terra indígena que dá pra fazer hidrelétrica. Se vocês concordarem, é rápido, não tem que ter intermediário. A gente vai buscar leis para mudar isso. Vai ter royalties. Embaixo da terra há trilhões de dólares — disse.
Os índios reclamaram de ações violentas da Polícia Federal e do Exército em aldeias. Em resposta, Bolsonaro afirmou que irá se reunir com os ministros da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, para discutir a situação.
Governo anuncia 1,5 milhão de doses de vacina contra gripe a policiais
A campanha de vacinação contra a gripe que começará em 22 de abril irá contemplar profissionais da área da segurança. A garantia foi dada pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, também em transmissão ao vivo.
Segundo ele, serão incluídos policiais civis, militares e federais, para quem será destinado 1,5 milhão de doses.
— A pedido do presidente, vamos ampliar para esse grupo da sociedade, de todas as forças policiais brasileiras — disse o ministro.
Os policiais se juntam a outros grupos prioritários para a imunização: trabalhadores da área da saúde, índios, mulheres até 45 após o parto, idosos a partir dos 60 anos, professores, pessoas com doenças crônicas, detentos e jovens em medidas socioeducativas, servidores do sistema prisional, gestantes e crianças de seis meses a seis anos incompletos.
O dia D de mobilização, quando postos de todo o Brasil estarão abertos, será no dia 4 de maio. Ao todo, o governo espera vacinar mais de 58 milhões de pessoas.