Em nova investida junto ao PSL, o governador Eduardo Leite reafirmou o convite para o partido se incorporar à base na Assembleia Legislativa. Para seduzir os deputados, chegou a acenar com as secretarias de Administração Penitenciária e Desenvolvimento Econômico, recusadas pela legenda.
Pela primeira vez desde a eleição, porém, a bancada se mostra disposta a indicar nomes para postos de escalões inferiores. Com quatro parlamentares, o PSL tem a quinta maior composição entre os 17 partidos com assento na Assembleia. Junto ao DEM e ao PSD, forma um bloco com sete votos, o que aumenta sua influência em aprovações consideradas estratégicas para o governo.
Na quinta-feira (7), os quatro deputados se reuniram por quase uma hora com o governador e o chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, no Palácio Piratini. Leite começou a audiência agradecendo o apoio nas votações que extinguiram a licença-prêmio e a contagem de tempo ficto nas aposentadorias dos servidores, mas logo falou do interesse em contar com o partido na base governista.
Salientando preocupação com a gestão do sistema prisional, mas sem fazer convite formal, Leite voltou a citar o nome do deputado Luciano Zucco como “muito forte” para pasta da Administração Penitenciária, por ora acumulada pelo vice-governador e titular da Segurança, Ranolfo Vieira Júnior.
Também lembrou a vacância da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Turismo, rejeitada por Dirceu Frasciscon (PTB).
— Não avançamos nessa discussão. Reafirmamos que temos afinidade com muitas das propostas do governador, mas que isso não está vinculado à ocupação de cargos. Somos independentes. E caso aconteça de nos incorporarmos à base, deixamos claro que não vamos nos melindrar em votar contra o governo se não estivermos de acordo com alguma proposta — afirma Zucco, líder da bancada e presidente estadual do PSL.
Deputados já analisam currículos de suplentes
Em reunião interna após o encontro com Leite, os deputados chegaram a um consenso: nenhum deles irá trocar a Assembleia por alguma secretaria.
Zucco, que após a eleição flertou com a pasta da Segurança, não pretende deixar o parlamento pelo menos até 2020, quando cogita uma candidatura à prefeitura de Porto Alegre. Contudo, há forte disposição do grupo em sugerir nomes para segundo e terceiro escalões.
Os parlamentares estão estudando os currículos dos deputados suplentes e também de filiados de perfil mais técnico, e irão voltar a discutir o assunto nos próximos dias.