Renan Calheiros (MDB-AL) retirou sua candidatura à presidência do Senado durante sessão na tarde deste sábado (2). A decisão foi comunicada pelo parlamentar em discurso na Casa.
Pouco antes de o senador anunciar a desistência, uma cédula a mais havia sido encontrada na urna da votação, o que causou a anulação do processo. A casa tem 81 parlamentares, mas havia 80 envelopes com 80 cédulas, além de duas avulsas. Com isso, os senadores realizam novo processo de escolha.
Renan teria retirado sua candidatura ao perceber que não alcançaria apoio suficiente para vencer a disputa. Antes da desistência do parlamentar, a bancada do PSDB decidiu mostrar as cédulas na segunda votação. O senador esperava alcançar apoio da ala tucana.
— Estamos repetindo uma votação que foi anulada porque um senador colocou uma cédula dentro de outra — disse Renan. — Se eles podem tudo, sou eu que vou ser contra a Constituição? Não sou candidato, para defender a democracia e o interesse do Brasil — mencionou.
Agora, são cinco senadores que concorrem à Presidência do Senado: Ângelo Coronel (PSD-BA), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Espiridião Amin (PP-SC), Fernando Collor (Pros-AL) e Reguffe (sem partido-DF). Com a desistência de Renan, Alcolumbre é visto como favorito.
— O Davi não é Davi. É Golias. Ele é o novo presidente do Senado, e eu retiro a minha candidatura — disse Renan, em relação a Alcolumbre.
O Senado iniciou por volta das 15h30min a votação para eleição de seu presidente, após uma sexta-feira (1º) tumultuada na Casa. Por decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, o processo de escolha é secreto — procedimento diferente do que havia sido estabelecido pela Casa, por 50 votos a 2, sob comando de Alcolumbre na sessão preparatória de sexta-feira.
A condução dos trabalhos para escolha do presidente é do senador José Maranhão (MDB-PB), mais idoso do Senado, também por decisão de Toffoli. A eleição é em dois turnos, caso nenhum dos candidatos atinja 41 votos na primeira votação, feita em cédulas de papel.