O senador Renan Calheiros (MDB-AL) proferiu, na noite desta sexta-feira (1º), uma dura fala no plenário do Senado, em crítica ao senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que conduz a atual sessão, para escolher o novo presidente da Casa. Candidato à presidência do Senado, assim como Alcolumbre (DEM-AP), Renan afirmou que a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) "está aí sentada ao seu lado com mais cara de presidente do que vossa excelência".
Renan também afirmou que, ao conduzir a sessão, Alcolumbre tem mais poderes como candidato ao comando da Casa. O senador por Alagoas indicou, no entanto, que não desistirá.
— Não vou fazer como o Jean Wyllys. Não vou abrir mão do meu mandato", disse Renan, em referência ao deputado federal pelo PSOL que, reeleito para o atual mandato, decidiu não assumir o cargo.
— Nunca coloquei meu poder na presidência do Senado na frente da Constituição — disse Renan a Alcolumbre.
Sessão suspensa
A sessão do Senado para a votação do novo presidente foi suspensa, na noite desta sexta-feira. A decisão ocorreu após confusão no plenário. Alguns senadores defendiam que a votação acontecesse hoje, com voto aberto (como foi decidido por 50 senadores), e outros pediam que fosse respeitado o regimento interno, que prevê votação fechada.
Davi Alcolumbre (DEM-AP), que presidia a sessão sob protestos de senadores como Renan Calheiros (MDB-AL) e Kátia Abreu (PDT-TO), iniciou votação por amostragem para o fim da sessão e convocação de uma nova para a manhã de sábado. A maioria concordou com esse acordo.
O comando da sessão por Alcolumbre foi objeto de divergência na casa. Alguns parlamentares diziam que a situação dele não era legítima, pois ele seria um dos candidatos. O senador amapaense, entretanto, bateu o pé e disse que só passaria o comando para José Maranhão — senador mais velho na Casa, com 85 anos — com a garantia da continuidade do voto aberto.