O nível de dificuldade para que Jair Bolsonaro execute sua agenda de reformas no Congresso Nacional será conhecido nesta sexta-feira (1º). A data marcará a posse dos parlamentares eleitos em outubro e, em especial, a escolha dos novos presidentes da Câmara e do Senado. Um líder alinhado ao Planalto poderá facilitar a vida do governo em votações importantes. Caso contrário, os obstáculos poderão se acumular frente a pautas polêmicas. Como apontavam as projeções, sete deputados vão concorrer no pleito. O prazo para candidatura era até as 17h.
Para vencer em primeiro turno, é preciso contar com o apoio de 50% do total de deputados ou senadores com o acréscimo de mais um voto.
Caso isso não ocorra, será disputado um segundo turno com os dois mais votados, no mesmo dia, para definir os líderes de cada Casa. Na Câmara, para vencer no primeiro turno, é preciso receber 257 votos entre os 513 deputados.
Confira quem são os candidatos na Câmara:
Rodrigo Maia (DEM-RJ)
Apontado como favorito na disputa, recebeu o apoio de 17 partidos que, juntos, contam com cerca de 380 cadeiras na Câmara. Fechado com PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, Maia também conseguiu captar apoio da oposição, como PDT e PCdoB.
Bloco: PSD, PRB, PSDB, Pros, PPS, Podemos, PSC, DEM, PSL, Avante, PDT, PCdoB, MDB, PP, PTB, PR e Solidariedade
Ricardo Barros (PP-PR)
Ex-ministro da Saúde de Michel Temer, Barros diz que seu partido deseja fazer parte da base de Bolsonaro por ter "DNA governista". O deputado defende a aprovação de reformas e da pauta do ministro Sergio Moro.
Bloco: PP - MDB
Possibilidade: PSB - PT - PTB
João Henrique Caldas, o JHC (PSB-AL)
O PSB foi o primeiro partido a sair do bloco de apoio a Rodrigo Maia devido ao acordo fechado com o PSL.
Bloco: PSB
Fábio Ramalho (MDB-MG)
Atual vice-presidente da Câmara, busca apoio a sua candidatura no varejo. É popular entre parlamentares do "baixo clero". Folclórico em Brasília, chamado de Fabinho pelo colegas, é lembrado pelos jantares que oferece e pelas iguarias mineiras com que presenteia colegas.
Bloco: PP - MDB
Marcelo Freixo (PSOL-RJ)
Estreante na Câmara, Freixo lançou sua candidatura como uma resposta ao acordo entre PSL e Rodrigo Maia. Apesar de contar com apenas 10 deputados, o PSOL deverá manter seu nome na disputa como um gesto político de oposição.
Bloco: PSOL
Marcel van Hattem (Novo)
Van Hattem foi o deputado federal mais votado no Rio Grande do Sul, em 2018. Tem 32 anos e pode ser impedido de concorrer porque tem menos de 35 anos, idade exigida para ser presidente da República. O deputado gaúcho recebeu o apoio de Kim Kataguiri, que desistiu de concorrer após um impasse no STF.
Bloco: Novo
General Peternelli (PSL-SP)
O general da reserva de 64 anos decidiu lançar candidatura mesmo como apoio do PSL a Maia. Peternelli entende que sua decisão não causa atrito nas articulações do partido na Casa.
Como será a votação
10h – Deputados são empossados.
17h – Limite para registrar candidaturas.
18h – Abertura da sessão de votação, que será iniciada quando houver pelo menos 257 deputados no plenário.
- Será conduzida pelo parlamentar mais velho da Casa, Gonzaga Patriota (PSB-PE), 72 anos, pois Maia, atual presidente, concorre no pleito.
-Votação é secreta e em urna eletrônica.
-O novo presidente precisa conseguir maioria absoluta: 257.
-Em eventual segundo turno, ganha o candidato que conquistar mais votos.