A juíza substituta da 13ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, já está com os dois processos da Lava-Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para sentença. Ela é responsável por todas as ações da operação desde que Sergio Moro deixou a toga para ser ministro da Justiça e Segurança do governo de Jair Bolsonaro.
O petista está preso desde 7 de abril de 2018, em Curitiba, cumprindo pena de 12 anos e um mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex no Guarujá, litoral de São Paulo. Na terça-feira (8), foi a vez da ação sobre o sítio de Atibaia ser encaminhada ao gabinete da magistrada para julgamento. As alegações finais foram protocoladas um dia antes. Outra ação, essa prestes a ser sentenciada, apura se o ex-presidente aceitou um terreno para construção do Instituto Lula, em São Paulo, e um apartamento ao lado do seu, em São Bernardo do Campo, da Odebrecht, em troca de benefícios à empresa em contratos fraudulentos com a Petrobras. Este processo está liberado para a sentença da juíza Gabriela Hardt desde 12 de dezembro do ano passado.
Processo do sítio
O Ministério Público Federal (MPF) acusa Lula de se beneficiar de reforma, com recursos de propina, no sítio Santa Bárbara, em Atibaia, São Paulo. As obras teriam custado mais de R$ 1 milhão. Procuradores da República sustentam que diante do uso frequente do local, Lula era o dono de fato do imóvel. Em troca, ele teria ajudado empreiteiras a manter contratos fraudulentos com a Petrobras. A defesa de Lula afirma que o ex-presidente não é, nem nunca foi o proprietário do imóvel e que não há provas de que ele soubesse das reformas.
Processo do Instituto Lula
O MPF acusa Lula de receber propina da Odebrecht quando ainda era presidente da República por meio da compra de um apartamento em São Bernardo do Campo. Também que o ex-presidente aceitou um terreno em São Paulo, onde seria construído o Instituto Lula, em troca de vantagens à empresa. No fim, a instituição não foi construída no local. Além de Lula, há outros sete réus, entre eles, o ex-ministro Antonio Palocci e o empresário Marcelo Odebrecht. A defesa de Lula sustenta que o petista nunca recebeu terreno e que pagava aluguel do apartamento que fica ao lado do seu.