O ex-segurança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Rogério Aurélio Pimentel, afirmou nas alegações finais do processo do sítio de Atibaia que foi "capataz" das obras feitas por construtoras no imóvel. Rogério afirmou que apenas cumpriu ordens da ex-primeira-dama Marisa Letícia — que morreu em fevereiro de 2017 — e não agiu fora das atribuições de seu cargo. O ex-assessor pediu absolvição à juíza federal Gabriela Hardt.
As alegações finais são o último capítulo da ação penal. Nesta fase, os réus entregam suas últimas peças de defesa antes de serem sentenciados.
O ex-presidente Lula é acusado de receber supostas propinas de R$ 1 milhão correspondentes às reformas no imóvel, que está em nome de Fernando Bittar, filho de Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas e amigo do petista. Lula nega e afirma ter sido perseguido tanto por Sergio Moro, quando exercia a magistratura, quanto por Gabriela Hardt.
O que pesa sobre Rogério Pimentel
Segundo a força-tarefa da Operação Lava-Jato, Pimentel teria ajudado a ocultar as supostas vantagens indevidas da OAS, Odebrecht e Schahin quando tocou as reformas no sítio.
Em alegações finais, ele afirma que "não participou da ocultação de patrimônio ou valor algum, apenas foi-lhe determinado funcionar como 'capataz' na reforma do famigerado sítio, ou seja, ver o andamento da obra e informar à Primeira-dama".
Pimentel também confirmou a movimentação de dinheiro em espécie da Odebrecht em meio às necessidades das obras no sítio. "Se o Réu não sabia sequer as quantias que continham nos envelopes, tampouco possa se esperar que soubesse de eventual origem ilícita dos valores".
"Enquanto o Ministério Público acredita que o Réu [Rogério Aurélio Pimentel] tenha sido partícipe de um grande plano de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio, sendo o responsável pela obra, na verdade este era apenas, e tão somente, o mensageiro das demandas", sustentam os advogados.
Fase final da ação do sítio de Atibaia
Ao todo, são 13 acusados na ação — entre eles Lula, que está preso desde 7 de abril, condenado em outra ação penal, a do triplex do Guarujá (SP).
O imóvel foi comprado no final de 2010, quando Lula deixava a Presidência, e está registrado em nome de dois sócios dos filhos do ex-presidente, Fernando Bittar — filho do amigo e ex-prefeito petista de Campinas Jacó Bittar — e Jonas Suassuna.
Em suas alegações finais, os advogados constituídos pela defesa de Lula apontam supostas nulidades do processo e pedem a absolvição do petista. Lula sempre negou que seja o proprietário do sítio.