O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) descartou nesta quinta-feira (24) a possibilidade de se afastar do mandato que começará na próxima semana.
— É mentira. Não sei nem de onde surgiu essa história. Eu nem tomei posse ainda. Vou tomar posse e vou trabalhar muito — disse ele, em entrevista ao SBT.
Nesta quinta, reportagem da Folha de S. Paulo mostrou que o presidente Jair Bolsonaro já sofre pressão de militares do governo para isolar o filho mais velho como forma de amenizar a repercussão das investigações que miram as movimentações financeiras do senador eleito e do ex-assessor Fabrício Queiroz.
Na entrevista para a emissora, Flávio voltou a acusar o Ministério Público do Estado de vazar dados sigilosos e também falou sobre declarações que deu como deputado estadual no Rio defendendo a atuação de milícias. Em 2007, por exemplo, ele discursou na Assembleia falando que elas não deveriam ser estigmatizadas.
Agora, o senador eleito diz que naquela época ainda estava se discutindo o que era uma milícia e que é contra qualquer tentativa de se implantar "um estado paralelo".
— Estava se generalizando de uma forma muito preocupante. Eu sempre fiz a defesa do servidor da segurança pública. Qualquer local onde moravam dois ou três policiais militares já estava sendo considerado milícia.
Operação deflagrada no Rio na terça-feira (22) tinha como um dos alvos de mandado de prisão o ex-capitão da PM Adriano Nóbrega, suspeito de chefiar milícias na cidade. A mãe e a mulher dele foram comissionadas no gabinete de Flávio até o ano passado.
Nóbrega já havia sido homenageado por Flávio na Assembleia, incluindo indicação para a mais alta honraria da Casa, a Medalha Tiradentes.
Sobre essa questão, o filho de Bolsonaro disse que já ofereceu centenas de homenagens a policiais do estado.