O general Hamilton Mourão, presidente em exercício durante a viagem de Jair Bolsonaro à Suíça, afirmou que não considera o decreto que facilita a posse de armas no país como uma medida de combate à violência, mas sim como uma promessa de campanha atendida. O texto com as novas regras para aquisição e manutenção de armas em casa ou no local de trabalho foi assinado por Bolsonaro na semana passada.
— Eu não vejo (o decreto) como medida de combate à violência. Eu vejo apenas, única e exclusivamente, como um atendimento de promessa de campanha do presidente e que vai ao encontro de anseios de grande parte do eleitorado dele — disse Mourão em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta segunda-feira (21).
Segundo o vice-presidente, as medidas necessárias "para que se realmente tenha um combate mais efetivo ao crime organizado e ao narcotráfico", que, para ele, "são os grandes responsáveis pela violência urbana", ainda estão sendo discutidas pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
— Acredito que após o Congresso estar reunido (a nova legislatura assume em 1º de fevereiro), essas propostas serão apresentadas e discutidas — disse.
Bolsonaro assinou o decreto que flexibiliza a posse de armas no dia 15 de janeiro, sem alterar as regras para o porte – permissão ao cidadão para andar armado na rua. Indagado sobre uma possível alteração nesta quesito, Mourão negou que o tema esteja na pauta do governo e elogiou o texto assinado pelo presidente:
— O decreto está adequado — afirmou.
Em outubro, ainda durante a campanha eleitoral, o então candidato a vice-presidente havia comentado – também em entrevista à Rádio Gaúcha – sobre a possibilidade de flexibilizar o porte de armas. À época, afirmou que, apesar de ter direito, não andava armado.
— Eu defendo a minha residência, essa acho que tenho de defender. Agora, na rua, você sempre vai ser pego numa situação de desvantagem. Esse é o problema — disse, no dia 19 de outubro.