O futuro ministro da Economia no governo Bolsonaro, Paulo Guedes, será investigado pela Polícia Federal (PF). A instituição abriu inquérito para apurar supostas fraudes em operações com fundos de pensão envolvendo estatais.
A ação da PF atende a um pedido feito em outubro pelo Ministério Público Federal (MPF), que abriu procedimento a respeito do caso com base em irregularidades apontadas pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar.
Os investigadores vão apurar se Guedes cometeu crimes de gestão fraudulenta ou temerária ao levantar recursos de sete entidades de previdência complementar de empresas públicas por meio dos fundos de pensão. Ou seja, se os investimentos do fundos foram aprovados sem análise adequada e se geraram lucros excessivos ao futuro ministro e verificar a aplicação de recursos recebidos por ele dos fundos.
De acordo com o MPF, dois fundos de investimentos criados por Paulo Guedes tinham a promessa de receber R$ 1 bilhão de sete fundos de pensão, a partir de 2009. A investigação não aponta quanto deste dinheiro foi, de fato, investido.
No procedimento já aberto pelo Ministério Público Federal, está previsto um depoimento de Paulo Guedes na próxima quarta-feira (5).
A partir de janeiro, quando virar ministro, a apuração preliminar sobre Paulo Guedes poderá ser reavaliada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em razão do foro privilegiado que ele passará a ter. Mas, como o Supremo Tribunal Federal (STF) limitou o foro para suspeitas relacionadas ao cargo inclusive para ministros de Estado, a expectativa é de que essa investigação prossiga mesmo na primeira instância.
Contraponto
Em nota, a defesa de Paulo Guedes afirmou que ele agiu corretamente em todas as operações envolvendo fundos. "A defesa de Paulo Guedes reafirma a lisura de todas as operações do fundo que, diga-se de passagem, deu lucro aos cotistas, incluindo os Fundos de Pensão. Espera também que a investigação — agora corretamente conduzida no âmbito da Polícia Federal — apure as incoerências do relatório irregular produzido na Previc", disseram os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso.