O tenente-coronel da Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro e ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL) Wellington Servulo Romano da Silva passou 248 dias em Portugal enquanto aparecia como servidor da Assembleia Legislativa do RJ (Alerj). O caso foi revelado pelo Jornal Nacional nesta quarta-feira (12).
Romano da Silva trabalhou para Flávio Bolsonaro entre abril de 2015 e setembro de 2016, primeiro como servidor da vice-liderança do PP (então partido de Flávio) na Casa e depois no gabinete do deputado. De acordo com a Alerj, Romano da Silva nunca tirou licença. Seus vencimentos giravam em torno de R$ 5,4 mil. Entretanto, registros das companhias aéreas obtidos pela TV Globo mostraram que ele passou 248 dias em Portugal neste período.
Contraponto
De acordo com a reportagem, Flávio Bolsonaro negou que Romano da Silva morasse no país europeu, mas afirmou que a família do ex-assessor tem cidadania portuguesa e se mudou para lá. O parlamentar acrescentou que o tenente-coronel visitava sua família esporadicamente, e que trabalhou normalmente no gabinete até ser exonerado.
"Não procede a informação de que Wellington Servulo morava em Portugal enquanto estava lotado no gabinete na Alerj", afirmou Flávio à reportagem.
Caso Coaf
Outro ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício José Carlos de Queiroz foi citado em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) devido a uma “movimentação atípica” de R$ 1,2 milhão em suas contas bancárias.
O relatório do Coaf foi produzido no âmbito da Operação Furna da Onça, que culminou na prisão de 10 deputados estaduais do Rio no início de novembro.
O documento cita que assessores de Flávio Bolsonaro movimentaram dinheiro para a conta de Queiroz. Os nomes da mulher e da filha dele – que foi exonerado do gabinete de Flávio em 15 de outubro deste ano – estão entre os citados no documento.
O Coaf detectou ainda que, da conta de Queiroz, saíram recursos depositados em nome da futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.