O presidente eleito Jair Bolsonaro comentou, na noite desta quarta-feira (12), as movimentações atípicas em conta bancária de ex-assessor de Flávio Bolsonaro, um de seus filhos. Bolsonaro destacou que ele e seu filho não são investigados e que espera o esclarecimento do caso:
— Se algo estiver errado, seja comigo, com meu filho ou com o Queiroz, que paguemos a conta desse erro. Que nós não podemos comungar com o erro de ninguém. Da minha parte, estou aberto a quem quiser fazer qualquer pergunta sobre esse assunto. Tenho sempre me colocado à disposição. O que a gente mais quer é que seja esclarecido o mais rápido possível, que seja apurada as responsabilidades, se é minha, se é do meu filho, do Queiroz, ou de ninguém.
Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aponta que assessores de Flávio Bolsonaro movimentaram dinheiro para a conta de Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor do deputado e senador eleito. Ele foi exonerado do gabinete em 15 de outubro. Os nomes da mulher e da filha dele também estão entre os citados no documento. O Coaf detectou ainda que, da conta de Queiroz, saíram recursos depositados em nome da futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Bolsonaro também afirmou que o caso "dói no coração":
— Não sou contra vazamento. Tem que vazar tudo mesmo. Nem devia ter nada reservado, botar tudo para fora. Dói no coração da gente? Dói, porque o que nós temos de mais firme é o combate a corrupção e aconteça o que acontecer, enquanto eu for presidente, nós vamos combater a corrupção usando todas as armas do governo, inclusive, o Coaf, que está indo do Planejamento, a partir do ano que vem, para o Ministério da Justiça — disse.
Na transmissão, de pouco mais de 15 minutos de duração, Bolsonaro também comentou o posicionamento de seu futuro governo em relação ao acordo de Paris e ao Pacto Global de Migração.
— Nós vamos sugerir no Acordo de Paris mudanças. Se não mudar, sai fora — disse, destacando que não pode assumir compromissos que não conseguirá cumprir no futuro.
Sobre o pacto de migração, Bolsonaro afirmou que o Brasil não pode "escancarar as portas para qualquer um vir numa boa".