O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta quarta-feira (31) no Rio, que a ideia do governador eleito, Wilson Witzel (PSC), de colocar snipers (atiradores de elite) para "abater" criminosos armados de fuzil, sem que haja implicação legal para os policiais, é ilegal, e que isso só pode ser colocado em prática caso a legislação seja mudada.
— É uma proposta que precisa passar pelo crivo das leis e da Justiça. Não podemos ter nenhum tipo de atividade que não seja devidamente legal. Hoje, não está. Teria que ter modificação legislativa pra que viesse a acontecer — afirmou o ministro. Witzel defende que bandidos com fuzil sejam mortos sem que haja qualquer responsabilização do policial.
Em reunião sobre segurança na sede da Federação das Indústrias do Rio (Firjan), Jungmann fez um balanço dos oito meses de atuação do Ministério, e defendeu sua manutenção no governo Jair Bolsonaro (PSL), pontuando, no entanto, que a decisão é exclusivamente do presidente eleito:
— Temos um Ministério por lei, um Sistema Unificado de Segurança Pública, que nunca tivemos, por lei, uma Política Nacional de Redução de homicídios de 3,5% ao ano, também por lei, e recursos que nunca tivemos. Isso sem aumentar um centavo o déficit fiscal. Foi um legado que construímos em oito meses, e que deveria permanecer, na minha opinião. Cabe ao presidente decidir se mantém o Ministério ou não.
Perguntando se gostaria de continuar no cargo na gestão Bolsonaro, preferiu não responder.
— Se eu disser que sim, estou me oferecendo. Se disser que não, estou sendo grosseiro. Não vou fazer nenhum comentário.