Mateus de Moura Lima Gomes, um dos presos na Operação Capitu, deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira (9), tentou se desfazer de dinheiro de uma maneira no mínimo inusitada. Após perceber a chegada de agentes da PF em sua casa, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o advogado jogou cerca de R$ 3 mil no vaso sanitário, segundo o G1.
Gomes ocupou a vice-presidência da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Também foram presos na ofensiva da polícia o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, o vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB), e outras 14 pessoas. A operação investiga suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante a gestão de Dilma Rousseff (PT).
O inquérito foi instaurado em maio deste ano com base na delação premiada do doleiro Lúcio Funaro, que apontou supostos pagamentos de propina a servidores públicos e agentes políticos que atuavam direta ou indiretamente no ministério em 2014 e 2015. A PF apurou a atuação de um esquema na Câmara dos Deputados e na pasta integrado por empresários.
Durante as apurações, segundo a PF, "houve clara comprovação de que empresários e funcionários do grupo investigado — inicialmente atuando em colaboração premiada com a PF — teriam praticado atos de obstrução de justiça, prejudicando a instrução criminal, com o objetivo de desviar a PF da linha de apuração adequada ao correto esclarecimento dos fatos". Daí veio o nome da operação — Capitu, a personagem dissimulada da obra-prima de Machado de Assis Dom Casmurro.