Os palestinos classificaram, nesta sexta-feira (2), como "provocação" a decisão do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém.
— É uma medida de provocação, que é ilegal em virtude do direito internacional e que apenas desestabiliza a região — afirmou Hanan Ashraui, membro do comitê executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
Já o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, considerou "histórica" a intenção de Bolsonaro, a quem parabenizou pela medida:
— Parabenizo meu amigo presidente eleito, Jair Messias Bolsonaro, pela sua intenção de transferir a embaixada brasileira para Jerusalém, um passo histórico, correto e emocionante.
A decisão de transferir a embaixada foi anunciada aos israelenses em entrevista do presidente eleito ao jornal Israel Hayom.
— Israel é um Estado soberano. Vocês decidem que é sua capital e nós vamos segui-los — disse Bolsonaro à publicação estrangeira.
A entrevista foi dada depois de a Folha de S.Paulo ter revelado que Netanyahu pretende ir à posse do capitão em janeiro, o que elevou o nível de interesse em Israel no resultado das eleições no Brasil. Segundo o texto do Israel Hayom, jornal pró-Netanyahu, Bolsonaro também afirmou que visitará Israel em breve.
Questionado sobre se vai fechar a embaixada palestina em Brasília, outra promessa de campanha, Bolsonaro respondeu:
— Ela foi construída perto demais do palácio presidencial, portanto pretendemos transferi-la para outro lugar. Além disso, a Palestina antes precisa ser um Estado para que tenha direito a uma embaixada.
Se confirmar a mudança, Bolsonaro vai seguir os passos do governo de Donald Trump, que promoveu a realocação da embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém em maio deste ano. O ato causou confrontos violentos na Faixa de Gaza, que deixaram cerca de 60 mortos.