As empresas Facebook e Twitter informaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que as páginas oficiais do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) não contrataram impulsionamento de posts durante a campanha eleitoral. O WhatsApp, que também foi notificado pelo TSE, respondeu que é um aplicativo de mensagens privadas e não “impulsiona conteúdo na rede mundial de computadores” em favor de qualquer partido político.
"O WhatsApp não foi contratado pela campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro para fornecer “serviços de impulsionamento de conteúdo na rede mundial de computadores” em seu favor e, por isso, não possui as informações requisitadas por esse Egrégio Tribunal Superior Eleitoral", afirma o ofício de resposta, protocolado no TSE na noite desta segunda-feira (12).
O Google Brasil comunicou que a campanha de Bolsonaro gastou R$ 1 mil com propaganda eleitoral, bancados pelo PSL. Posts patrocinados em redes sociais e investimentos em ferramentas de busca são liberados pela legislação eleitoral, desde que sejam bancados pelo próprio candidato, pela sigla ou pela coligação à qual ele está vinculado. O gasto deve ser identificado na prestação de contas. Mensagens impulsionadas por apoiadores não foram permitidas.
Em 18 de outubro, durante o segundo turno, o jornal Folha de S. Paulo afirmou que empresários pró-Bolsonaro pagavam milhões por pacotes de mensagens em massa contra o PT no WhatsApp. A prática é ilegal, pois se trata de doação de campanha por empresas, vedada pela legislação eleitoral, e não declarada, a prática faria parte de uma grande operação na semana anterior ao segundo turno. A campanha nega conhecimento.
Em outubro, o TSE abriu ações de investigação judicial eleitoral (Aijes) para apurar as informações publicadas pelo jornal.
Na época, a empresa AM4 Brasil Inteligência Digital era a única empresa fornecedora de serviços de internet declarada na campanha de Bolsonaro. A empresa é a maior prestadora de serviço para a chapa, recebendo R$ 650 mil. Desse montante, R$ 535 mil foram citados como pagamento adicional na prestação de conta do capitão da reserva em 30 de outubro — dois dias após a definição do segundo turno.
A AM4 nega pagamento de impulsionamento na internet e informou que o pagamento de R$ 535 mil se justifica pelo aumento de demanda no segundo turno do pleito, quando Bolsonaro começou a ter mais tempo de TV.
As informações fornecidas por Facebook, Twitter e Google foram encaminhadas pelas plataformas no âmbito da prestação de contas de Bolsonaro no TSE. O ministro Luís Roberto Barroso notificou as empresas "com o objetivo de identificar a contratação de impulsionamento de conteúdos na rede mundial de computadores em favor do candidato eleito à Presidência da República".